Nascimento de Goethe

Autor de obras como "Fausto", "Hermann e Doroteia" e "Os Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister", Goethe foi um dos maiores escritores da literatura alemã

Por
Alice Elias
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Nascimento de Goethe
Segundo Felipe Vale da Silva, Goethe "soube se reinventar e dar continuidade para os temas eleitos sempre em uma chave inovadora e intelectualmente rigorosa". (Arte: Alice Elias)

Johann Wolfgang von Goethe foi um dos escritores mais importantes da literatura alemã, autor de obras como Fausto, Hermann e Doroteia e Os Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister. Dentre suas inúmeras contribuições, fez parte da vanguarda literária Sturm und Drang, que revolucionou o teatro alemão. 

As palavras de Goethe se mantêm atuais: por meio de protagonistas em busca de transformações profundas, descontentes com a incompletude do presente, o escritor contempla a insatisfação do leitor contemporâneo. Além de sua vasta produção literária, apoiou artistas de sua época, traduziu livros, fundou museus e dirigiu um teatro na cidade de Weimar, contribuindo para a propagação da arte na Alemanha.

Conversamos com Felipe Vale da Silva, doutor em Literatura Alemã pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sobre as principais contribuições do autor que “jamais cometeu a gafe de repetir suas próprias fórmulas”.

Serviço de Comunicação Social: Você poderia comentar brevemente sobre quem foi Johann Wolfgang von Goethe?

Felipe Vale da Silva: Um bom ponto de partida para descrever a trajetória de Goethe é começar com um acaso: ele nasceu na Frankfurt am Main de 1749 em um lar onde teve acesso privilegiado à educação, mas em uma Alemanha muito diferente da que conhecemos. Os reinos alemães da época sofriam de certa baixa autoestima cultural em relação à cultura aristocrática francesa, que grosso modo era a cultura dominante, imitada por toda a Europa e parte do mundo colonizado. E Goethe viveu muito; quando falece, em 1832, os territórios de fala alemã já haviam exportado para o restante do mundo inovações que iam de Mozart a Schubert na música, de Lessing ao Romantismo na literatura, de Kant ao Idealismo alemão na filosofia, sem contar as artes plásticas, a teologia e as ciências. No espaço de uma vida longeva, portanto, uma multidão de pessoas extremamente talentosas e empenhadas foi capaz de se organizar e colocar seu país no mapa da cultura mundial, inclusive revitalizando suas artes populares e dotando-as de maior dignidade artística. A Alemanha se tornou, a partir daí, uma criadora de tendências que nunca voltou a ser, eu arrisco dizer. No século 20 temos Kafka, Seghers e os irmãos Mann, mas em grande medida esses autores e autoras posteriores, os que de fato são amplamente traduzidos e discutidos, constituem exceções. No final do século 19 você corria risco de entrar em um bar e encontrar um punhado deles juntos. E Goethe foi uma das mentes por trás desse grupo, dessa virada na vida cultural alemã.

É um exagero a gente assumir que tudo o que aconteceu nesse curto espaço de tempo (de mais ou menos 1770 a 1830) foi arquitetado por um grupo seleto de pessoas geniais; faz mais sentido pensar que havia um cansaço generalizado por parte da juventude perante a vida então disponível: pela afetação da aristocracia e seu desprezo pela cultura da plebe, pela rigidez da mundividência protestante da época e pelo militarismo árido da Alemanha fritziana - e eis que uma geração toma nas mãos a tarefa de devolver às artes o poder transfigurador que teve em outros contextos.

Isso começa com a tal geração do Sturm und Drang, uma espécie de vanguarda literária composta por Goethe, Lenz e seus camaradas quando estavam na faixa dos 20 anos, eles viram o teatro alemão do avesso. Realizam a façanha, impensável na época, de incluir elementos da cultura e folclore camponês nos palcos; fora coisas como baixo calão, heresias de todo tipo contra a religião estabelecida, ocultismo, suicídio, cenas de autocastração e por aí vai. Para quem ainda não conhece Goethe, recomendo começar por aí, seus textos da década de 1770 ainda são provocativos sem serem meros espetáculos gratuitos de violência ou insubmissão. O uso de temas polêmicos em toda a literatura do Sturm und Drang era antes calculado para questionar a cretinice de sua época - ele serve também para  questionar a cretinice da nossa em certa medida. Foi uma literatura da libertação de constrangimentos culturais que, no fundo, é um ritual que se repetirá a cada geração, até hoje. Götz von Berlichingen da Mão de Ferro, Fausto Zero e Os Sofrimentos do Jovem Werther são alguns dos textos dessa fase que já foram traduzidos para o português.

O Goethe adulto, de 1780 para a frente, perde um pouco dessa veia provocativa, mas mesmo assim continua despertando fascínio no público leitor, mesmo no público jovem, com obras como Fausto, Hermann e Doroteia e Os Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister, justamente porque a insatisfação com o presente continua a ser um tema constante da sua literatura. O estado atual de coisas nessas obras quase invariavelmente se traduz como uma tirania da experiência de homens e mulheres do passado; os protagonistas são aqueles que não se contentam com esse presente incompleto e se entregam de corpo e alma a um embate produtivo com as possibilidades de transformarem suas vidas, a história ou suas comunidades.

A partir daí, a criatividade de Goethe passa por várias fases e projetos; ele tem uma fase de fascínio pela Renascença (período de onde, aliás, tira várias de suas figuras célebres: o alquimista Fausto, o escultor Cellini e o poeta Torquato Tasso são as mais conhecidas). Depois houve a famosa fase clássica em que, junto de Moritz, Schiller e outros, cria periódicos de estudos literários (como Die Horen e Die Propyläen) e se debruçam sobre textos originais da antiguidade greco-romana para entender a lógica das eras de ouro da produção artística no Mediterrâneo. Esta é uma questão que deveria interessar todo mundo que produz arte em alguma modalidade: por que em certos contextos históricos o desenvolvimento das artes é quase simbiótico com o desenrolar das dinâmicas sociais, e as artes são fomentadas e respeitadas como órgãos de reflexão produtiva da realidade? Por que em outros momentos a expressão artística é tão distante do acesso do povo como um todo, sendo relegada ao esquecimento ou a galerias frequentadas por meia dúzia de especialistas?

Este segundo cenário, para Goethe, é o que ele não queria ver acontecendo na Alemanha. Em grande medida, sua posição como grande nome da literatura alemã deriva do fato de que ele conseguiu, até certo ponto, responder a essas questões, além de ter apoiado outros artistas, fundado museus, traduzido livros, dirigido um teatro na cidadezinha de Weimar (onde fazia questão de baratear o preço da entrada para estudante e para trabalhadores braçais que outrora nunca tiveram acesso à alta cultura) durante sua trajetória. Também esse gesto de agente da expansão democrática da cultura torna Goethe um exemplo caro aos demais entusiastas das artes e das humanidades no seu país.

Serviço de Comunicação Social: Em sua dissertação de mestrado, você analisa a forma com que Goethe retrata o individualismo, em oposição aos modelos da época. Quais os elementos e particularidades que caracterizam a escrita de Goethe?

Felipe Vale da Silva: Em meados de 1770, tanto a filosofia quanto a cultura literária começaram a discutir a questão da subjetividade em uma chave muito particular - é claro que seres humanos sempre foram dotados de subjetividade e sempre cultivaram suas próprias identidades pessoais - mas notava-se naquela época que a presença do sujeito na sociedade, num mundo pós-feudal, estava mudando radicalmente.

Permita-me contar uma curiosidade cultural para explicar, em resumo, que mudança radical foi esta. Na Alemanha, muitos sobrenomes que reconhecemos hoje como típicos são, curiosamente, designações de profissões: a família Schneider ("alfaiate" em alemão), num contexto rural da longínqua Idade Média, tinha seu nome derivado da sua atuação da comunidade: aquela era a família do cara que fabricaria as roupas para o restante da comunidade e passaria os conhecimentos técnicos, numa época prévia ao ensino escolar obrigatório, para os filhos por gerações e gerações. Os "Müller" eram os moleiros da comunidade, os "Schmidt", os ferreiros, os "Schuhmacher" não seriam pilotos de Fórmula 1, mas sapateiros ("Schuhmacher" é equivalente a "shoemaker" do inglês) e assim por diante. Quem tinha sobrenome de fato eram os nobres. E, num ponto de vista sociológico, a vida profissional de uma pessoa vivendo nesse contexto de comunidades relativamente coesivas estava definida desde seu nascimento: você segue os passos de seu pai, da mesma forma que seu filho seguirá os seus, e não havia um espaço de definição para diversas escolhas da vida que para nós, pessoas do séculos 21, são a marca de nossas identidades. Na adolescência, escolhemos uma profissão própria, perseguimos uma profissionalização, não precisamos mais nos casar aos 16 anos como era o caso da geração de nossos avós, até para escolha de religião e gênero há um espaço para negociação em nossas sociedades. A geração de Goethe, desde meados de 1770, ainda tinha um leque menor de opções, mas encarou essa abertura gradual a um formato mais maleável de subjetividade com entusiasmo e com angústia, ao mesmo tempo.

Daí veio o objeto de estudo da dissertação que você mencionou: comecei a ler literatura daquela época e constatar que os livros que faziam sucesso junto à juventude eram justamente aqueles que ilustravam jovens protagonistas desbravando um mundo desconhecido, tendo aventuras mirabolantes longe de casa, amores questionáveis, experiências místicas distintas daquelas que boa parte das leitoras e leitores teriam no conforto de seu lar. A leitura de romances, sobretudo, virou uma febre justamente por atender a esse mistério da subjetividade maleável da modernidade antes de termos, de fato, códigos culturais como as subculturas do século 20, por exemplo. Criou-se um nicho literário no qual jovens leitores pelo menos viam suas ânsias e ideais sendo tematizados.

Foi nesse contexto de febre de romances que Goethe escreveu Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774), seu segundo livro de sucesso. Ele se vale de todos os clichês da literatura sobre amores escandalosos da época (a tal literatura do Sentimentalismo) ao retratar o amor proibido de um tal de Werther por uma mulher prometida em casamento para outro cara, a Lotte. Mas, ao contrário do que se espera de romances sentimentais, esse não termina com uma mensagem otimista em que o amor tudo vence. O protagonista se suicida. Aqui temos a negação radical da fórmula cultural do sentimentalismo, sugerindo que talvez, nesse contexto inédito de maleabilidade, haja pessoas autenticamente sensíveis e cheias de potencial para as quais não há espaço no mundo. Muita gente leu uma crítica social implícita nesse grande documento de época, outras uma piada de mau gosto por parte de Goethe - mas o certo é que nele começa uma problematização dessa sanha moderna por autodefinição muito menos tingida do otimismo inócuo que existia na cultura da época e existe hoje na cultura da autoajuda; Goethe leva a sério a questão da autodefinição do sujeito, com certo rigor, mas não sem levar em conta que somos sujeitos precisam achar espaço num mundo já pronto, limitado, preconceituoso e hostil, muitas vezes, a nossos ideais mais caros.

Na obra seguinte em que trata do tema da subjetividade, A Missão Teatral de Wilhelm Meister (1777-1785), Goethe descreve uma espécie de Werther que não se matou, mas largou tudo para se unir ao mundo do teatro mambembe. A questão "será que ele encontrou seu espaço no mundo" nunca será respondida no romance, e nem pode ser, já que ele encontra coisas mais preciosas (como comunidade, responsabilidade social) que o fazem transcender, de certa forma, essa obsessão moderna com autenticidade pessoal.

Em suma, o balanço desses romances de Goethe sobre a subjetividade é uma negação de certa cultura do individualismo. Eles trazem contribuições importantes sobre o tema resgatadas, na época, por filósofos do calibre de Hegel, trazem uma concepção de sujeito importantíssima para a psicanálise e sociologia posteriores, além de serem textos relevantes para pensarmos fenômenos atuais como isolamento urbano e depressão, por exemplo. E, por fim, têm valor inquestionável como clássicos da literatura.

Serviço de Comunicação Social: Quais foram suas principais contribuições para a Literatura? Em sua análise, como elas repercutem atualmente?

Felipe Vale da Silva: Como ele viveu 82 anos e foi ativo como escritor em pelo menos 60 deles, são diversas. Destaco as três mais abrangentes: em primeiro lugar, a compreensão crucial na época do Sturm und Drang de que é possível encontrar expressões culturais válidas tanto na cultura oficial – os grandes teatros, a alta literatura, a tradição milenar da literatura canônica – quanto na cultura popular. Esse foi um projeto que Goethe, na juventude, levou a cabo com Herder, outro teórico importante, e fez com quem se desse o devido valor ao folclore alemão, às canções populares de camponeses e a sua tradição oral. Goethe chega a registrar canções populares camponesas, mas a presença do elemento popular nas suas obras está no resgate de alguns temas caros aos alemães: o tema do pacto com o Diabo, dos cavaleiros medievais e sua cultura. Três décadas mais tarde, a gente tem uma geração como a dos irmãos Grimm e Tieck reabilitando o folclore outrora desprezado pela cultura dos aristocratas, dando-lhe uma roupagem estilizada: são os contos de fada modernos, um repertório literário riquíssimo e crucial para a literatura infanto-juvenil atual. Essa foi uma contribuição de certa forma indireta, mas que realmente alterou as fontes da literatura mundial, inclusive a brasileira, tirando um enfoque excessivo nos temas do mundo clássico e regras do classicismo francês, permitindo até uma compreensão mais detida e respeitosa do caráter cultural de cada povo.

A segunda contribuição é tardia, de um Goethe já septuagenário em conversas registradas por Eckermann. Na época auge do Romantismo e louvor ufanista a tudo que fosse alemão, ele vai contra todas as expectativas e diz que a tendência da literatura, dali para frente, seria a da Weltliteratur, a literatura universal; transcendendo sua identidade nacional e conteúdos específicos para um ou outro povo. A boa literatura seria um bem da humanidade, capaz de ser compreendida e transmitida para todos os povos em detrimento de seus diferentes horizontes de expectativas. Isso ele fez em uma época em que estava devorando o que achava de poesia persa, e teve repercussões em seus experimentos poéticos no final da vida (como o Divã Ocidento-oriental, recentemente traduzido por aqui). No campo dos estudos literários, gerações e gerações de teóricos perseguiram essa ideia e desenvolveram dispositivos de análise que hoje formam a literatura comparada. Essa é mais uma contribuição teórica de Goethe, mas crucialmente formadora do modo como lemos textos literários como artefatos histórico-culturais hoje.

A terceira e última contribuição que destaco diz respeito à postura do artista. O biógrafo inglês de Goethe, Nicholas Boyle, diz algo interessante sobre o rigor com que o autor levou seus projetos: Goethe foi aquele que, em 82 anos de vida, com uma obra que preenche cerca de 60.000 páginas (na edição moderna da Deutscher Klassiker Verlag, entre texto e comentários), jamais cometeu a gafe de repetir suas próprias fórmulas. Podemos pensar como isso é difícil; mesmo grandes artistas se repetem vez e outra. Isso não significa que não tenha tido altos e baixos, obras sofríveis seguidas de obras-primas; o certo é que ele soube se reinventar e dar continuidade para os temas eleitos sempre em uma chave inovadora e intelectualmente rigorosa. Houve um momento muito importante em sua carreira em que ele produziu lado a lado com Schiller - outro gigante da literatura - comentando e criticando suas produções mutuamente. A dinâmica de trabalho conjunto que desenvolveu com outros artistas foi muito importante durante o Sturm und Drang, durante o Classicismo de Weimar em meados de 1790 e 1804 e também serviu de modelo de produção cultural para vanguardas posteriores no mundo todo. Artistas estão a todo momento observando a dinâmica de trabalho de seus predecessores - e Goethe, sem dúvida, serve de inspiração para uma porção deles até hoje. 

Felipe Vale da Silva é mestre e doutor em Literatura Alemã pela FFLCH USP, e atua como tradutor de alemão e inglês. Pra quem se interessar sobre o tema, sua dissertação de mestrado Subjetividade e Experiência em Die Leiden des jungen Werthers e Wilhelm Meisters theatralische Sendung, e sua tese de doutorado A ficção histórica de Goethe: Do Sturm und Drang à Revolução Francesa estão disponíveis aqui. Além disso, Felipe é tradutor e editor da Aetia Editorial, na qual foram lançados dois livros do Goethe: O Grande Cophta (2017) e Götz von Berlichingen da mão de ferro (2020).

 

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Falecimento de Goethe
Johann Wolfgang von Goethe, um dos maiores escritores da literatura alemã e autor da famosa tragédia "Fausto", é o personagem do Hoje na História

Por: Lara Tannus
Data de Publicação: 22/03/2018

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Helmut Galle: "Goethe é um autor muito importante por suas contribuições que transformam a ideia da lírica e do romance na segunda metade do século XVIII" (Arte: Davi Morais)

Em 22 de março de 1832 falecia Johann Wolfgang von Goethe, um dos maiores escritores da literatura alemã e figura central da corrente romancista Sturm und Drang. 

Além da literatura, o autor se dedicou muito à ciência. “Foi pesquisador de nível profissional em muitas áreas do conhecimento e fez estudos relevantes sobre a teoria das cores, a anatomia dos mamíferos, a formação das nuvens e outras coisas”, comenta o professor Helmut Galle, do Departamento de Letras Modernas da FFLCH-USP. 

O professor indica obras importantes de Goethe e explica as contribuições do poeta para o mundo. Veja abaixo a entrevista:

Serviço de Comunicação Social: Quais as obras do autor que você considera estar entre as mais importantes?

Helmut Galle: No cânone internacional sempre se menciona O Fausto (as duas partes), Os anos de aprendizagem de Wilhelm Meister e Os sofrimentos do jovem Werther.

O Fausto, em poucas palavras, é considerada a tragédia que simboliza a ambição e o fracasso do homem moderno, e continua sendo interpretado por artistas e críticos no mundo inteiro.

O romance de formação Wilhelm Meister constitui uma inovação do gênero e no pensamento sobre a trajetória do adolescente que procura sua integração no mundo profissional e adulto.

O Werther é o texto com a maior repercussão tanto no público da época quanto entre os leitores contemporâneos.

Além dessas três obras, a crítica aprecia muito a narrativa, As Afinidades Eletivas (W. Benjamin) e o drama Ifigênia em Táuride (Th. W. Adorno).

Pessoalmente eu gosto muito dos muitos poemas que o Goethe escreveu em todas épocas da vida dele e da autobiografia que marcou o gênero não só nas culturas de língua alemã.

Serviço de Comunicação Social: Qual importância do autor e das suas obras na história da literatura? Teve alguma grande contribuição teórica ou obra que mudou a forma de se fazer e pensar literatura?

Helmut Galle: Como já dito na resposta anterior, o Goethe é um autor muito importante por suas contribuições que transformam a ideia da lírica e do romance na segunda metade do século XVIII.

Ou seja, em primeiro lugar, ele é um poeta, menos um teórico. Por outro lado, ele era um pesquisador de nível profissional em muitas áreas do conhecimento e fez estudos relevantes sobre a teoria das cores, a anatomia dos mamíferos, a formação das nuvens e outras coisas.

O conceito da formação completa do ser humano é, talvez, sua contribuição mais importante e permanente para a cultura ocidental e os sistemas educativos até hoje.