Evento discutiu questões de inovação e internacionalização da Sociologia no Brasil
Ao passo que novas tecnologias são criadas e transformam o ser humano e seus grupos sociais, as áreas do conhecimento, mesmo sendo as mais convencionais, são levadas a acompanhar essas inovações.
No caso da disciplina de sociologia, a Sociedade Brasileira de Sociologia juntamente com a USP com apoio da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) organizou o primeiro Fórum Brasileiro de Sociologia para discutir a incorporação de meios digitais à área de conhecimento, conexões interdisciplinares, novos meios de divulgação científica e refletir sobre a organização de trabalhos acadêmicos.
No dia 16 de julho, ocorreu a abertura desse evento. A mesa do fórum foi composta por Edna Maria Ramos de Castro, Professora Emérita da Universidade Federal do Pará e presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia; Maria Arminda do Nascimento Arruda, professora do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e vice-reitora da USP, Paulo Martins, diretor da FFLCH, Sérgio Adorno, Professor Titular do Departamento de Sociologia da FFLCH, Valter Silvério, professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e representante da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS), Ruy Braga, Professor Titular do Departamento de Sociologia da FFLCH e Heloísa Buarque de Almeida, professora do Departamento de Antropologia da FFLCH.
O evento foi apresentado por Marie Marcia Pedroso, assistente acadêmica da FFLCH, e contou com análises e observações sobre o motivo e a importância do Fórum para os novos rumos da disciplina de sociologia.
De acordo com Sérgio Adorno, as questões de gestão da ciência estão se tornando muito complexas, pois há problemas ligados à formação de novos pesquisadores e à internacionalização do conhecimento, que vem se tornando uma imposição com os processos acelerados de globalização. Também expõe as adversidades vividas pelos pesquisadores das ciências sociais, principalmente por questões governamentais que retiram recursos dessa área. Porém, tem uma visão positiva quanto ao evento que tem o objetivo de amenizar essas adversidades: “O fórum não foi pensado para mostrar resultados de pesquisas, mas a ideia é de que possamos de alguma maneira articularmos as questões em pautas para fortalecer a sociedade de sociologia e não aceitar retrocessos”.
As falas da vice-reitora Maria Arminda foram voltadas a estatísticas sobre o desinteresse dos jovens para com as universidades e como o desenvolvimento dos conhecimentos acadêmicos-científicos têm que estar aparelhados para receber o desenvolvimento tecnológico. A vice-reitora, citando dados retirados do Jornal USP, disse que a taxa de evasão nas universidades federais é de quase 40% e nas privadas quase 60%, e o percentual de evasão da USP beira os 20%. Essas informações, segundo Maria Arminda, mostram que já está ocorrendo uma crise enorme nos cursos de graduação e pós-graduação. Ainda segundo ela, esse fórum é uma iniciativa decisiva para tratar desses obstáculos.
