ENCONTROS COM LOBATO - XXIII ENCONTRO - Para além das fronteiras brasileiras: um estudo sobre a literatura infantil de Monteiro Lobato publicada em língua espanhola

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Docente responsável pelo evento
John Milton
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Biblioteca Florestan Fernandes - Av. Prof. Lineu Prestes, travessa 12, 350 - Cidade Universitária - São Paulo-SP
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Descrição

Michele Saionara Aparecida Lopes de Lima Rocha tem Graduação em Letras Língua Portuguesa/Espanhol e em Pedagogia e Mestrado e Doutorado em Educação na área de Linguagem. Também tem experiência em estudos na área de Memória, com formação pela Unesp de Rio Claro/SP. Como docente, tem experiência na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Superior, Educação Inclusiva e Educação à Distância. Atualmente é professora nas Faculdades Magsul.
João Pedro Pezzato nasceu no interior paulista, Piracicaba, fez graduação na Unesp, campus de Rio Claro, concluiu o Mestrado e doutorado na Faculdade de Educação da USP, São Paulo, e fez Pós Doutorado na Universidade de Santiago de Compostela, Galícia, Espanha. Tem experiência docente no ensino básico e superior em instituições públicas e privadas em diversos estados brasileiros. Possui trabalhos divulgados em diversos veículos, especialmente artigos e livros, que tratam do fenômeno ensino, em particular sobre o ensino de Geografia. Suas atividades profissionais se concentram na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Resumo: Monteiro Lobato, por meio de correspondências, relatou a amigos que estava descontente com a literatura infantil do Brasil no início do século XX, indicando que gostaria de escrevê-la de maneira que houvesse maior aproximação dos livros com a realidade dos pequenos leitores. Esse desejo foi colocado em prática e o autor produziu uma importante literatura infantil no decorrer de sua vida. A jornada, que começou de maneira branda, paulatinamente se expandiu para todos os cantos do Brasil e depois adquiriu novos horizontes na Argentina, quando Lobato traduziu e adaptou várias de suas histórias para o espanhol. Seus livros tiveram sucesso na língua estrangeira e foram comercializados em outros países da América Hispânica. Diante desse tema, nosso trabalho teve como objetivos analisar o livro Las viejas fábulas de maneira comparada com seu livro originário, Fábulas, de modo a verificarmos que elementos adaptativos relacionados à linguagem e à cultura foram contemplados na tradução da obra para o espanhol e identificar alguns leitores estrangeiros que teriam sido cativados pelas escritas do autor, buscando compreender que marcas afetivas poderiam ter sido deixadas neles pelos escritos lobatianos. Para isso realizamos uma abordagem qualitativa que contemplou referenciais bibliográficos e documentos e tivemos três principais resultados: o primeiro, refere-se às indicações de que os livros de Lobato circularam e circulam em diversos países da América Latina que têm o espanhol como língua oficial, o que demonstra a boa aceitação dos escritos fora do Brasil; o segundo, apresenta alguns registros de depoimentos espontâneos de leitores, os “hijos de Lobato”, os quais carregam marcas significativas e afetivas da literatura do autor da infância à idade adulta; e, o terceiro, indica que Las viejas fábulas apresenta alguns elementos da língua, da natureza e da cultura que foram articulados para que o livro proporcionasse proximidades com o contexto dos leitores de língua espanhola por meio de adaptações como uma proposta de tradução domesticadora, além também de apresentar elementos brasileiros,
indicados com notas explicativas como uma proposta de tradução estrangeirizadora. As adaptações promovidas pelo autor nos revelam que o texto possibilitou o encontro de elementos culturais de países diferentes, originando uma produção hibrida. Com essa proposta de escrita, Lobato atraiu
os pequenos leitores estrangeiros, não se limitando apenas aos argentinos, mas também aos de outros países hispano-americanos.
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