O primeiro Dicionário Português-Chinês: ordem de redação e autoria

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Mário Eduardo Viaro (DLCV-FFLCH-USP)
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Prédio de Letras - FFLCH-USP - sala 264
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Descrição

O primeiro Dicionário Português-Chinês: ordem de redação e autoria

Prof. Dr. Gabriel Antunes de Araujo
Universidade de São Paulo/University of Macau-Departament of Portuguese
08 de maio, 14h30, sala 264 (Prédio de Letras-FFLCH/USP)

Resumo:

O Dicionário Português-Chinês (cerca de 1579-1584) é um marco na história da lexicografia, tendo sido publicado em 2001 em uma edição fac-similar (Ruggieri & Ricci, 2001). Redescoberto em 1934 por D’Elia nos Arquivos dos Jesuítas em Roma, o DPC tem recebido a atenção de vários pesquisadores ao longo dos anos. Aqui, discutimos a ordem de redação dos itens do dicionário, considerando as entradas em português, a notação fonética, os caracteres chineses, os acréscimos em italiano e as revisões posteriores, bem como a atuação de seu autor Michele Ruggieri SJ. Mostraremos que nos fólios A a C, um amanuense redigiu previamente as entradas em português, com base no Dicionário de Cardoso (1569). Posteriormente, Ruggieri coordenou a escrita dos equivalentes chineses e anotou suas interpretações fonéticas das palavras chinesas. Na seção A-C, Ruggieri presumiu que haveria um correspondente chinês para cada palavra listada no dicionário de Cardoso (1569). Contudo, a recolha de dados e a comparação de itens lexicais do português e do chinês levaram-no a abandonar a lista que tinha preparado previamente. Optou então por uma abordagem mais pragmática e abandonou a procura de um equivalente chinês para cada entrada do DPC. Assim, na seção D a Z, mudou a sua abordagem: uma entrada em português só era escrita quando os assistentes chineses ofereciam um equivalente. Dessa forma, defenderemos que Ruggieri deve ser considerado o autor do DPC, corroborando Zhang (2001, 2013, 2014, 2016), Zamponi (2012), Yang (2018), Wang (2019) e Han (2022). Assim, Ruggieri tomou decisões autorais para melhorar o uso de todos os recursos disponíveis. Embora o manuscrito se encontre inacabado e não tenha sido publicado editado em sua época, ele revela a evolução de Ruggieri como lexicógrafo e um modus operandi que influenciaria a posterior produção de dicionários jesuítas no Extremo Oriente.