(EVENTO CANCELADO) Seminário de teoria crítica - Conversa sobre o livro de Bento Prado Jr.: "Hegel e Lacan: cinco conferências em filosofia da psicanálise". Paulo Arantes (USP)

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E-mail
marcus.felizardo@gmail.com
Docente responsável pelo evento
Luiz Repa e Vladimir Safatle
Local do evento
Edifício de Filosofia e Ciências Sociais - Av. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária - São Paulo-SP
Auditório / Sala / Outro local
Auditório 8
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Descrição

!EVENTO CANCELADO!

Seminário de Teoria Crítica 2025

Conversa sobre o livro de Bento Prado Jr.:
"Hegel e Lacan: cinco conferências em filosofia da psicanálise".
Edição, introdução, notas e ensaios críticos de Richard Simanke. (Editora Zagodoni, 2022)
Paulo Arantes (USP)

26.JUN.2025 - QUINTA-FEIRA- 19h, AUDITÓRIO 8

"O percurso deliberada e assumidamente anacrônico que Bento Prado faz em Hegel, para o qual a referência a Lacan forneceu o precedente e a justificativa, permitiu-lhe dar forma a uma visão do pensamento hegeliano mais ao gosto de seu próprio programa filosófico. Em vez de um hiper-racionalista envolvido na formulação de uma ciência lógica e perfeitamente demonstrativa do real, o filósofo que surge dessas análises é o autor de um romance de formação da humanidade, ao estilo romântico ou seguindo, ainda que a contragosto, os passos do Iluminismo heterodoxo de Rousseau. Em vez do paladino de um conceito cristalino e normativo de Razão, Bento Prado descobre um Hegel que atribui um valor positivo à ilusão, ao erro e à loucura e, inclusive, os reivindica para si. A Razão encontra nessas suas antíteses seus elementos constitutivos e, no limite, a realização plena de sua verdade. Ele se apoia, é verdade, em toda uma tradição de leitura de Hegel, justamente aquele da qual Lacan também parte e na qual ele se inspira para sua aclimatação à psicanálise. Mas a visão de seus ilustres predecessores é igualmente assumida de forma instrumental e utilizada na perseguição de seus próprios objetivos - ou do que se pode supor serem seus objetivos ao fazermos retroagir seu pensamento mais tardio sobre esse momento ainda intermediário e de transição [...] A discussão das relações entre Hegel e Lacan encaminhada por Bento Prado está inteiramente imersa em certa tradição de leitura, que privilegia a Fenomenologia e a obra de juventude do filósofo germânico em detrimento de sua obra madura, centrada na lógica e numa visão sistemática e totalizante do conhecimento filosófico. Esta tradição é protagonizada, sobretudo, pela recepção francesa de Hegel nas primeiras décadas do século XX e seu principal representante e avalista na construção do argumento de Bento Prado neste trabalho é o filósofo Jean Hyppolite. É evidente que a simpatia por esta linha de pensamento não é a única razão para privilegiá-la: isso se deve também ao fato de que é sob essa roupagem que a participação de Hegel no processo em que toma forma o ideário lacaniano se manifesta. Desde a abertura do curso, foi afirmado sem ambiguidade que o Hegel de que se trataria era, antes de tudo, o Hegel de Kojève, representante destacado dessa tradição e principal responsável por transmiti-la a Lacan. O "Hegel errado, mas vivo" de Kojève serve de inspiração para o "Hegel errado, mas vivo" que Bento Prado quer propor aqui, sob o pretexto de retornar sobre esta página clássica do inventário de influências filosóficas que atuaram sobre Lacan". (Richard Simanke, Introdução)

Organização
André Sznajder, Marcus Vinicius Felizardo, Paulo Fernando Amaral (Doutorandos DF/FFLCH-USP)

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