CEstA Dupla com Ana Coutinho (expositora) e Camila de Caux (comentadora) - Olhares e falas-segredo: notas etnográficas sobre mulheres e inimigos no ritual de Tawã nos Apyãwa-Tapirapé (Médio-Araguaia)

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Prof. Eduardo Natalino dos Santos
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Rua do Anfiteatro, 181, Colmeia, favo 8, Cidade Universitária - São Paulo - SP
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Descrição

CEstA Dupla com Ana Coutinho (expositora) e Camila de Caux (comentadora)

28/11/2025, às 17h30
Sede do CEstA: Rua do Anfiteatro, 181, Colmeia - Favo 8
Cidade Universitária, São Paulo-SP

Olhares e falas-segredo: notas etnográficas sobre mulheres e inimigos no ritual de Tawã nos Apyãwa-Tapirapé (Médio-Araguaia)

A partir da realização de trabalho de campo realizado entre os Apyãwa (Tapirapé), povo Tupi-Guarani que habita a Serra do Urubu Branco, no nordeste do estado do Mato Grosso, propomos uma análise mais detalhada das relações que as mulheres estabelecem com os espíritos dos inimigos, visitantes anuais da casa cerimonial (Takãra). Os Apyãwa (Tapirapé) foram etnografados no final da década de 1930 por Charles Wagley, que se dedicou ao estudo do xamanismo. Herbert Baldus, por sua vez, pesquisou diversos aspectos da "vida social" tapirapé, com ênfase na chamada cultura material. Em ambos os trabalhos, há algumas menções às qualidades xamânicas das mulheres, conhecidas como koxymaxe. No entanto, o papel das mulheres nos rituais (festas) não foi devidamente enfatizado. Nesta apresentação, propomos uma análise sobre a atuação das mulheres e de seus conhecimentos “gerativos” em um dos rituais de maior centralidade para os Apyãwa — o ritual (festa) do inimigo, Tawã-Rarywa. Pretendemos aprofundar a investigação sobre os modos e graus de intensidade com que as relações entre as mulheres e os espíritos dos inimigos são vivenciadas. Essas relações mantêm uma ambiguidade constante entre cuidado, adoção e perigo, efetuada finalmente pelos atos rituais de olhar e falar em segredo. Ao abordar a relação das mulheres com o espírito do inimigo, propomos uma contribuição à literatura etnológica sobre os T.G contemporâneos.

Ana Coutinho realiza pós-doutorado no CEBRAP- MECILA – USP sobre as máscaras Ype/Cara-Gra-Grande dos Apyãwa-Tapirapé que se encontram atualmente em diversos museus etnográficos no Brasil e no exterior. Possui doutorado em Antropologia Social pelo PPGAS-Museu Nacional (UFRJ) e integra o Laboratório de Antropologia Ritual e Memória (LARMe) da mesma instituição. Possui experiência de campo na região do Médio-Araguaia e participa do projeto colaborativo de elaboração e construção do Museu Apyãwa-Tapirapé pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Camila de Caux é doutora e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional/UFRJ e bacharel em Ciências Sociais pela UFMG. Trabalha e pesquisa em parceria com os Araweté, no médio curso do rio Xingu, no Pará, atualmente colaborando na criação de um arquivo comunitário. Realiza pós-doutorado no Departamento de Antropologia da USP com pesquisa de arquivo sobre os povos Tupi quinhentistas, em particular sobre suas concepções de gênero, substância(s) e corporalidade. É pesquisadora associada ao Centro de Estudos Ameríndios (CEstA-USP).

Entrada gratuita, sujeita à limitação do espaço
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CEstA Dupla com Ana Coutinho (expositora) e Camila de Caux (comentadora) - Olhares e falas-segredo: notas etnográficas sobre mulheres e inimigos no ritual de Tawã nos Apyãwa-Tapirapé (Médio-Araguaia)