Além de sua atividade como escritora e deputada, a portuguesa Natália Correia também era dona do Botequim, icônico bar situado no Largo da Graça, em Lisboa, Portugal.
Em comemoração do centenário do nascimento da escritora de origem açoriana, propomos uma homenagem ao ambiente criado nesse local lendário da cena cultural portuguesa, em que circulava a classe artística e a intelectualidade do período.
Nascida em 13 de setembro de 1923, Natália Correia vivenciou e se posicionou contrária à ditadura do Estado Novo português em suas atividades como escritora e intelectual, elegendo-se deputada após a Revolução dos Cravos. A sua extensa e variada obra trata de temas nevrálgicos da sociedade portuguesa, ao mesmo tempo em que a transcende, abrindo-se para questões humanas universais.
Sempre atenta e atuante quanto aos problemas fundamentais de sua época, com ênfase na questão da mulher na sociedade contemporânea, Natália Correia deixou uma produção dramatúrgica em que se pode destacar O Encoberto (1969) e sua postura de embate contra a Ditadura; uma poesia que ora se insurrecta contra a opressão e a censura, como em “Queixa das almas jovens censuradas” (Dimensão encontrada, 1957), ora expressa a decepção da autora com o malogro dos ideais da Revolução de Abril de 1974, como se vê em Epístola aos iamitas (1976); e narrativas transgressivas dos tabus sociais e morais, tais como A Madona (1968) e As núpcias (1992). Sua obra e sua vida são basilares para as discussões acerca do feminino na literatura portuguesa que continuam vigentes até hoje.
Inspirando-se nos temas tratados pela produção literária da autora e nas questões discutidas durante as tertúlias no Botequim, o Simpósio Internacional Charlas no Botequim de Natália Correia: literatura, feminino e resistência centra-se em três eixos que devem orientar as contribuições dos participantes:
1. Vida e obra de Natália Correia:
Neste eixo, focaliza-se a atividade literária e intelectual da autora portuguesa, bem como de figuras a ela associadas.
2. O feminino na literatura portuguesa:
Neste eixo, admitem-se questões relacionadas ao feminino na literatura portuguesa dos séculos XX e XXI ou que confluam a elas.
3. A resistência na literatura portuguesa:
Neste eixo, inserem-se trabalhos acerca da literatura que lida com a resistência às diversas formas de opressão existentes na sociedade portuguesa, particularmente no contexto da ditadura salazarista (1933-1974).
O evento será realizado de modo majoritariamente presencial. Sua parte presencial terá lugar no Prédio de Letras da Universidade de São Paulo e na Universidade Presbiteriana Mackenzie, nos dias 12, 13 e 14 de setembro de 2023. Sua porção on-line ocorrerá no dia 14 de setembro e contará com limitadas vagas para as mesas de discussão.
As palestras de abertura e de encerramento serão presenciais, com transmissão simultânea pelo canal da FFLCH/USP no Youtube. As mesas de discussão presenciais não serão transmitidas.
Não serão aceitas inscrições para participação on-line de autores cujas instituições de origem estejam a menos de 100km de São Paulo. Não serão aceitas inscrições on-line de ouvintes. Dúvidas quanto à participação on-line, entrar em contato com a Comissão Organizadora.
Período de inscrições: até 15 de junho de 2023
Link para inscrições: encurtador.com.br/ctIX3
E-mail para contato: charlasnobotequim@gmail.com
Evento promovido por:
Grupo de Estudos Teatrais Gambiarra (FFLCH-USP)
Grupo de Estudos de Literatura de Autoria Feminina (GELAF) (FFLCH-USP)
Grupo de Pesquisa Sibila (UPM)
Programa de Pós-Graduação em Literatura Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Letras do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie
