Gabriela de Matos, pesquisadora do Diversitas, e Paulo Tavares foram premiados pelo pavilhão 'Terra'
No dia 20 de maio, o prêmio Leão de Ouro de melhor Participação Nacional na 18ª Bienal de Veneza de Arquitetura (La Biennale di Venezia) foi concedido ao pavilhão do Brasil, intitulado Terra. A curadoria é dos arquitetos Paulo Tavares e Gabriela de Matos, mestranda do Diversitas, Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
É a primeira vez que o título foi entregue ao Brasil. O projeto Terra se propõe a repensar o passado e projetar futuros possíveis, valorizando atores esquecidos pela arquitetura. Povos indígenas e quilombolas estão presentes nas obras da mostra, assim como elementos das habitações populares do país.
Os curadores buscaram explorar os múltiplos sentidos que a terra pode assumir, seja solo, fertilizante, planeta, memória, futuro e patrimônio. As galerias do projeto apresentam a construção de Brasília, questionando o imaginário popular sobre esse acontecimento, e trazem produções sobre a memória e a arqueologia da ancestralidade, como fotografias de arquivo e mapas etno-históricos.
O júri que concedeu o prêmio ao pavilhão brasileiro enfatizou que a escolha do vencedor se deu “por uma exposição de pesquisa e intervenção arquitetônica que centra as filosofias e imaginários das populações indígenas e negras em direção a modos de reparação”.
Em visita à Bienal, a ministra da cultura Margareth Menezes celebrou o prêmio e parabenizou os curadores.
Gabriela de Matos é fundadora do projeto Arquitetas Negras e pesquisa o racismo estrutural e suas influências no planejamento urbano. Foi premiada como Arquiteta do Ano 2020 pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ).