Crocodilos, Satíricos e Humoristas involuntários: ensaios de história cultural do humor, de Elias Thomé Saliba. (Editora Intermeios/ PPGHS-USP)
Piadas podem produzir revoluções? Qual o papel da sátira em sociedades com esferas públicas ainda mal ajambradas?
Num país onde a realidade, antes de ser trágica, já é engraçada, por que ninguém quer ser humorista?
Analisando o humor soviético, as crônicas jocosas de um tal Sérgio Buarque dos Países Baixos, a sátira em Lima Barreto ou os dilemas da identidade do comediante no país da piada pronta, o
historiador Elias Saliba nos convida para uma divertida sondagem em territórios ainda pouco explorados de uma história cultural do humor.
Um livro que nos ensina que piadas, sátiras e chistes, dificilmente desentranhados de registros efêmeros e dispersos, ocultos pelo manto da familiaridade inocente ou do riso burlesco, constituem importantes códigos culturais. E o mais surpreendente: a comédia já faz parte da vida brasileira e, embora nem sempre conduza ao riso libertador, sugere que o único pacto social que nos une,
e até já funciona nestas plagas, é o humorístico.