A confiança cega de que ciência e técnica são produções neutras do processo tecnológico da emancipação humana constitui um pressuposto "mítico" da modernidade, passível de crítica radical diante da degradação social e ecológica, segundo o professor de filosofia Marildo Menegat, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos da UFRJ. Ele destaca que, já em 1947, no livro "Dialética do Esclarecimento", Theodor W. Adorno e Marx Horkheimer perguntavam "por que a humanidade, em vez de entrar em um estado verdadeiramente humano está se afundando em uma nova espécie de barbárie". Menegat coloca em dúvida, no entanto, se ainda é possível falar que o problema técnica está apenas em seu uso, se ela seria um aparato neutro que pode ser usado de distintas formas, segundos as relações sociais de produção.
No dia 21 de junho, às 14h, ele discutirá essa questão na conferência As Ruínas do Esclarecimento: O Desenvolvimento da Técnica (ainda) É Emancipatório?, organizada pelo Grupo de Pesquisa Filosofia, História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia. A coordenação do evento será de João Bourbaki, doutorando em teoria do conhecimento e filosofia da ciência na FFLCH USP.
Fonte: IEA USP