Trajetória de funcionária do Serviço de Pós-Graduação da FFLCH é destacada por Pró-Reitoria da USP

Regina Celi Sant Ana está na área há 35 anos, de um total de quase 50 na USP, e desde então passou por 2 sistemas até chegar no atual Janus –, viu a mudança dos dados em papel para a internet e acompanhou o processo de mais de 15 mil dissertações e teses

Por
Eliete Viana
Data de Publicação
Editoria


A Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) da USP, em seu perfil no Instagram, homenageou a funcionária Regina Celi Sant Ana, que é a chefe do Serviço de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). 

A publicação, veiculada no dia 21 de setembro, conta resumidamente a trajetória de quase 50 anos de trabalho da funcionária na USP.

Desde o ingresso na universidade, em 1974, Regina exerce suas atividades de trabalho na FFLCH. Ela começou trabalhando na Seção de Alunos de Graduação, onde atendiam toda a Graduação da Faculdade – na época não existiam as seções departamentais e tudo era centralizado no prédio da Administração Central. 

Depois, ela ficou por um ano no Departamento de Geografia até ser chamada para secretariar a Comissão de Pós-Graduação (CPG), em outubro de 1986. Em seguida, passou a ser chefe do Serviço de Pós-Graduação, juntando a Seção e Alunos de Pós-Graduação com a secretaria da Comissão, onde desempenha seu trabalho até hoje, tendo transferido por alguns anos somente a função de supervisora para outra funcionária.

Ao falar sobre a servidora, a Pró-Reitoria também citou os 23 programas de pós-graduação existentes na Faculdade e o número de alunos matriculados de acordo com os dados de 2019: 2.874 – hoje são 2.962 estudantes no mestrado, doutorado direto e doutorado na Unidade –, que é o maior da USP.

​​​​​​​O post faz parte de uma série do perfil da PRPG nas redes sociais chamada orientador/orientadora e servidor/servidora, que homenageia e conta a história profissional e acadêmica de docentes e funcionários ligados à pós-graduação da USP.

 

Regina - Instagram PRPG
Imagem - Reprodução do perfil da PRPG

 

Testemunha 

Ao ser avisada da publicação por mensagem de WhatsApp, Regina se mostrou grata pelo post: "Mandaram para mim! Fiquei muito surpresa! Foram extremamente gentis!".

Atuando há 35 anos no Serviço de Pós-Graduação da FFLCH, a funcionária pode ser considerada uma testemunha ocular da evolução desta área do ensino na Faculdade, na Universidade e até no Brasil, visto que a USP é responsável por 20% de todos os trabalhos produzidos no País.  

De acordo com o III Plano Nacional de Pós-Graduação, em 1985, o tempo em média para conclusão do curso de mestrado era de 5 anos (60 meses) e 5,5 anos (66 meses) para o de doutorado.

Atualmente, o prazo para o mestrado varia de 2 a 4 anos (24 a 48 meses) e para o doutorado de 3 a 5 anos (36 a 60 meses), o doutorado direto pode ser concluído em até 72 meses (não foi encontrado dados de antes do doutorado direto), dependendo do programa e/ou do curso. Antes da era da internet era tudo feito no papel ou na máquina de escrever. 

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“Tinha fichinha de cartolina pra tudo! Daí começou a se falar na internet! Pensamos, será que vamos dar conta de uma coisa tão complicada! rsrsrs Aí vieram os "computadores" de tela verde, lembro de mim e da Ivanete (ex-secretária da Antropologia que trabalhou muitos anos comigo), quebrando a cabeça atrás daquela caixinha branca de tela verde. Tudo o que você tentava fazer ele "respondia": "não tem memória necessária"!, conta Regina, por e-mail, no qual ela escreve expressões de riso e espanto ao lembrar das histórias, comparando que hoje está mais fácil e simples porque muitas etapas foram excluídas com a implantação da informática nas rotinas de trabalho, “parece que foi numa outra vida, às vezes até eu tenho dificuldade em imaginar como era nossa vida naquele tempo!”, recorda-se Regina.
 

Atualmente, a vida acadêmica relacionada à pós-graduação é predominantemente na internet. Regina diz que nos últimos anos o movimento do guichê de atendimento presencial na sala do Serviço de Pós-Graduação diminuiu muito por causa disso, diferentemente da época que começou a trabalhar na Seção de Alunos de Graduação na qual as filas eram enormes. 

A modernização dos processos foi positiva neste período de pandemia e do trabalho sendo realizado remotamente, porque não prejudicou o andamento das defesas, diplomas, auxílios, por exemplo. “Nada foi prejudicado, penso que até foi o contrário, temos muito o que trazer desses tempos em home office, espero que muita coisa permaneça. Mas nenhuma internet 10G vai substituir a visita de um aluno ou um professor que vem na nossa sala para conversar, trocar uma ideia pessoalmente!”, declara.

​​​​​​​15 mil

A evolução do Sistema USP que concentra as informações sobre a pós-graduação também foi presenciada por Regina. “Já passei por 3 sistemas de Pós-Graduação: o Quiron, o Fênix e o atual, o Janus. Nas reuniões na Pró-Reitoria [Pós-Graduação] que participo o pessoal ri muito disso! Alguns nem tinham nascido, ou eram bebês e eu já cadastrando nota de aluno, exame de qualificação, no computador quadradinho de tela verde!”, diz a funcionária. 

Uma passagem marcante para ela foi ter encontrado no primeiro dia como chefe do Serviço de Pós-Graduação o professor do Departamento de Sociologia Aziz Simão (1912-1990), que na época presidia a CPG da FFLCH e depois se tornaria professor emérito em 28 de maio de 1987.    

“Infelizmente trabalhei com ele muito pouco tempo, logo o mandato dele terminou, mas foi uma honra! Como tantos outros professores membros da CPG durante esses anos! Tenho muito orgulho disso!”, destaca.

Ao ser perguntada sobre os desafios e os pontos positivos que enxerga em trabalhar no Serviço de Pós-Graduação da FFLCH, que tem o maior número alunos matriculados e programas da USP, Regina disse que gosta e pretende continuar por um tempo desempenhando seu papel. “Eu gosto, apesar de muitos (e cada vez mais) não se conformarem por eu ainda estar por aqui, me sinto bem e pretendo continuar por um tempo (poucos, não se preocupem)!”, brinca.

Nos 35 anos de trabalho de Regina na área de pós-graduação foram defendidas na Faculdade 15.208 dissertações e teses, 8.543 de mestrado e 6.665 de doutorado. ​​​​​​​​​​​​​​
 

Fonte: Dados FFLCH-USP coletados em 23/09/2021