A passagem transoceânica trouxe quase 189.000 imigrantes do Japão para o Brasil entre 1908 e 1941. Eles eram muitas vezes geograficamente isolados em colônias japonesas como lavradores nas plantações de café e, portanto, capazes de manter sua identidade linguística e cultural japonesa.
Uma nova comunidade imaginada se aglutinou nos vários jornais de língua japonesa dos imigrantes que também publicaram ficção serial produzida localmente. Está palestra lê duas narrativas representivas do mesmo autor, Sugi Takeo, o pseudônimo de Takei Makoto (1909-2011), que era um contribuinte frequente do jornal Burajiru Jihō.
Nos contos “Kafé-en o uru” (Vendendo o cafezal, 1933) e “Tera Roshiya” (Terra rossa, 1937), são os vendedores de cachaça que veem lucros constantes de todas as raças e tipos de trabalhadores imigrantes, enquanto os recém-chegados japoneses que ingenuamente sonham com riquezas ao trazer café para o mercado colheram apenas uma infusão de pobreza por seus esforços.