Palestra | A interculturalidade linguística em Brás, Bexiga e Barra Funda de Antônio Alcântara Machado

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esantoro@usp.br
Docente responsável pelo evento
Elisabetta Santoro
Local do evento
Edifício Prof. Antonio Candido (Letras) - Av. Prof. Luciano Gualberto, 403 - Cidade Universitária - São Paulo-SP
Auditório / Sala / Outro local
Sala 260
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Evento gratuito
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Haverá participação de docente(s) estrangeiro(s)?
Sim
Descrição

Na conferência, o objetivo é examinar tanto a figura de Antônio Alcântara Machado dentro do chamado Modernismo brasileiro inicial quanto a posição cultural dos bairros operários do Brás, Bexiga e Barra Funda no contexto social paulistano do final da década de 1920. As pequenas histórias de personagens que se movem no panorama cultural dessas três áreas de São Paulo, organizadas como Little Italy, são assim percorridas para destacar, por meio de aspectos principalmente linguísticos, as inter-relações mais complexas entre brasileiros e imigrantes italianos em lenta ascensão social. O retrato da realidade italiana, após uma unidade mais política do que socioeconômica, e o de uma sociedade brasileira movida pelas emergências pós-escravidão ajudam a entender o panorama em que se movem os personagens de Alcântara Machado. Assim, esta obra identifica os espaços em que os protagonistas se movem, os objetos que os caracterizam e as tradições que os representam. Nesse contexto, a linguagem utilizada representa a espinha dorsal de todo o volume. As traduções em italiano de cada passagem individual, apresentadas nas notas de rodapé, também destacam as escolhas feitas pelo tradutor italiano Giuliano Macchi.

A profa. Mariagrazia Russo é atualmente reitora da Università degli Studi Internazionali di Roma (UNINT), onde dirigiu durante 7 anos a Faculdade de Interpretação e Tradução e o Centro Linguístico; Presidente da AISPEB (Associazione Italiana Studi Portoghesi e Brasiliani), que reúne todos os professores de português das universidades italianas; diretora da Cátedra ‘Vasco da Gama’ do Instituto Camões e da Cátedra ‘Eugénia Neto’ da Fundação Agostinho Neto de Luanda.

Professora catedrática de Língua e tradução Portuguesas, formou-se em Roma onde cursou na Universidade “La Sapienza” os estudos acadêmicos até ao Pós-doutoramento em Filologia Românica e Investigação Textual, e em Paris onde conseguiu na Sorbonne IV o Diplôme d’Études Approfondies en Etudes Portugaises, Bresiliennes et de l’Afrique Lusophone.

É autora de 185 publicações na área da Literatura, História e Língua em relação aos países de língua oficial portuguesa. Numerosos os estudos de arquivos e fundos de bibliotecas que dizem respeito a documentos inéditos relacionados com Diogo do Couto, João de Barros, uma Embaixada portuguesa à China no século XVIII, os Jesuítas portugueses expulsos de Portugal na época pombalina e a historiografia religiosa. Os trabalhos de linguística interessam a linguística missionária, de contato, de fronteira, de herança, onomástica, lexicografia e tradutologia. Traduziu O conde de Abranhos [Il Conte di Abranhos] de J. M. Eça de Queirós (em colaboração com Lucio Sessa); O Vestido [Il Vestito] de Carlos Herculano Lopes; e do mesmo autor Sombras de Julho [Ombre di luglio]; A Ilha Fantástica [L’isola fantastica] de Germano Almeida.