Pesquisadores da FFLCH participam de atividades para o dia da língua portuguesa na África do Sul

Entre os dias 5 e 10 de maio, a Universidade de Pretória, entidades, embaixadas e representantes da FFLCH realizaram conjunto de atividades para celebração da língua portuguesa em contexto brasileiro e africano

Por
Pedro Seno
Data de Publicação
Editoria

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Foto: Celso Luiz de Oliveira Junior

No dia mundial da língua portuguesa deste ano, 5 de maio, a Universidade de Pretória e a Embaixada Brasileira na África do Sul receberam pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e da Faculdade de Educação (FE) da USP para realização de evento em celebração à data, que contou com a organização e colaboração, para além das já citadas entidades, do Instituto Guimarães Rosa e participação do Instituto Camões.

O tema central do evento foi o “Pretoguês” (ou “Pretuguês”), termo cunhado pela pensadora Lélia Gonzalez que diz respeito às influências africanas na língua portuguesa do Brasil. A discussão girou em torno de pesquisas sobre o idioma e suas relações internacionais, ensino e inclusão de crianças e pais estudantes do português como língua estrangeira na África do Sul.

A FFLCH esteve presente no evento sob representação de Celso Luiz de Oliveira Junior, mestrando em Antropologia Social, que promoveu e organizou parte das atividades realizadas e Natália Penitente Andrade, doutoranda em Filologia e Língua Portuguesa, que participou de debate sobre o ensino do português em países africanos lusófonos. 

Na foto, da esquerda para a direita: Sheila Perina de Souza (FEUSP), Aldley (Inst. Guimarães Rosa), Prof. Stephan Mühr (Univ. Pretoria), Min. Felix Baes de Faria (Embaixada Brasileira África do Sul), Maria Albuquerque (Consulesa Bem. Brasileira e IGR), Celso Luiz de Oliveira Jr (FFLCH-USP).

O diretor da Faculdade, Paulo Martins, saudou a celebração:

“Caros senhores e senhora,
Vejo, com grande satisfação, eventos que traduzem o intercâmbio cultural entre os países africanos e o Brasil, principalmente quando envolvem estudantes da Universidade de São Paulo (USP). Nesse sentido, venho a público parabenizar efusivamente os organizadores e participantes do Portuguese Language Day.”

O conjunto das atividades, que durou até o dia 10 de maio, foi intitulado “Não existe Brasil sem África”, e contou com debates, palestras e oficinas. Também foi exibida a exposição “Sopros e Tramas de Resistência: Legados Africanos na Língua Portuguesa”, sob curadoria de Celso Luiz de Oliveira Júnior. A mostra, de expografia assinada em conjunto de Celso e João Mouzart de Oliveira Júnior, doutorando em Antropologia Social pela FFLCH, exibiu fotografias de 5 fotógrafos brasileiros e objetos cênicos. A exposição serviu de convite para o público refletir sobre imagens brasileiras e suas relações com a cultura e religião africanas.

Segundo Celso, “tentamos, por meio de fotografias e objetos cênicos evocativos, expor os legados resilientes das culturas africanas na formação da língua portuguesa, convidando o público a uma reflexão visual sobre essa rica herança africana no contexto brasileiro”.

Na foto, Celso Luiz de Oliveira Jr (FFLCH-USP).

Além da pauta das relações culturais, educacionais e históricas da língua portuguesa entre os países falantes do idioma, ficou destacada a importância da colaboração acadêmica neste contexto. Após o evento, o diplomata brasileiro Geórgenes Marçal Neves, chefe do departamento de cultura na Embaixada Brasileira em Pretória e responsável pelo Instituto Guimarães Rosa local afirma: “com o Pretoguês, a gente explorou toda uma gama de interfaces culturais entre o Brasil e o continente africano. Então, acredito que exista uma potencialidade gigantesca para a gente trazer mais o mundo acadêmico para ações como essas.”

Participou igualmente da organização e promoção do evento a pesquisadora Sheila Perina de Souza da FEUSP, além da presença de: Cíntia Antão de Santana, professora de língua portuguesa e Miguel Coelho, coordenador-adjunto do curso de Português da Universidade de Pretória; Aldley Natale, professora de português no Instituto Guimarães Rosa em Pretória; Ivo Aloide Lé, doutorando guineense da FEUSP; Eugênia Emília Sacala Kossi, doutoranda angolana da FEUSP; e Felix Baes de Faria, ministro representante do Brasil na Embaixada Brasileira em Pretória.