FFLCH inaugura Centro de Estudos Palestinos com debate sobre guerra em Gaza

Além de discussão sobre conflito, a diretora do centro, Arlene Clemesha, expôs objetivos e importância do projeto para a Universidade e sociedade brasileira

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Pedro Seno
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Editoria

Da direita para a esquerda, professora Adma Fadul do DLO; ex-ministro das Relações Exteriores Francisco Rezek; escritor Milton Hatoum; escritor Atef Abu Saif; diretor da FFLCH Adrián Fanjul; professor e ex-secretário de direitos humanos Paulo Sérgio Pinheiro, do DCP; embaixador da Palestina no Brasil Ibrahim Alzeben; e professora e diretora do CEPal Arlene Clemesha, do DLO. (Foto: Astral Souto/ Serviço de Comunicação Social FFLCH USP)

Quarta-feira, dia 16 de outubro, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP inaugurou o Centro de Estudos Palestinos (CEPal). A iniciativa para o novo centro partiu na reunião da Congregação da Faculdade no dia 27 de junho. A professora Arlene Clemesha, do Departamento de Letras Orientais, especializada em História Árabe, foi quem encabeçou e dirige hoje o projeto, junto com a professora Adma Fadul, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, como vice-diretora.

Os objetivos do CEPal são a criação de uma rede de pesquisas interdisciplinares sobre a Palestina, fomento de intercâmbios entre estudantes brasileiros e palestinos, lançamento de cursos, traduzir obras da historiografia palestina e suprir demanda por dados e informações para a mídia e comunidade brasileira externa à Universidade. O centro firmou parceria com o Instituto de Estudos Palestinos (IPS, na sigla em inglês) sediado na cidade de Beirute, no Líbano, onde comporta o maior acervo de documentos sobre a Palestina do mundo.

Arlene Clemesha, durante abertura da sessão, afirmou: “pensar a Palestina em todos os seus aspectos, a partir do contato científico e acadêmico, através da pesquisa e produção de conhecimento, esse é o objetivo do Centro de Estudos Palestinos”.

Arlene Clemesha, diretora do CEPal e professora do DLO. (Foto: Astral Souto/ Serviço de Comunicação Social FFLCH USP)

Na mesa de oradores, estiveram presentes os escritores Milton Hatoum e Atef Abu Saif, palestino e ex-ministro da cultura da Palestina, lançando seu livro-diário Quero estar acordado quando morrer. Além destes, falaram ao público o diretor da FFLCH, Adrián Fanjul; o professor Paulo Sérgio Pinheiro, do Departamento de Ciência Política, e ex-secretário de direitos humanos; Francisco Rezek, ex-ministro das Relações Exteriores; e o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

Na ocasião, o diretor da Faculdade, Adrián Fanjul, falou sobre a importância da criação do CEPal: “no momento em que vemos, no mundo, palestrantes sendo censurados quando falam em favor da causa palestina, onde são cancelados cursos na Europa por causa disso, a Faculdade, nesse momento histórico, resolve criar o Centro de Estudos Palestinos e, na inauguração deste centro, vemos o auditório lotado, o que mostra uma significação política e importância enorme sobre o tema”.

Diretor da FFLCH, Adrián Fanjul. (Foto: Astral Souto/ Serviço de Comunicação Social FFLCH USP)

Os participantes debateram pontos de vista jurídicos, humanitários e históricos sobre o conflito árabe-israelense, posicionaram-se em favor da causa palestina e relataram experiências pessoais que envolvem a questão durante seus anos de trabalho.

Também enviaram mensagens em vídeo, que foram transmitidas ao vivo no auditório, o atual ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que comentou sobre a posição do governo brasileiro sobre a guerra, e o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, que comentou sobre a importância do crescimento de estudos acadêmicos sobre a questão palestina.

(Foto: Astral Souto/ Serviço de Comunicação Social FFLCH USP)
Da direita para a esquerda: embaixador Ibrahim Alzeben; ex-ministro das Relações Exteriores Francisco Rezek; escritor Milton Hatoum; escritor Atef Abu Saif; professora Arlene Clemesha. (Foto: Astral Souto/ Serviço de Comunicação Social FFLCH USP)

Confira transmissão do evento no YouTube: