Distância, isolamento, solidão são experiências que assinalam a biografia, a reflexão e os escritos de vários autores e artistas de língua alemã. Lembre-se de Friedrich Hölderlin em sua torre em Tübingen, por exemplo, ou da solidão vivida por tantos escritores exilados, como Paul Celan, na França. Hölderlin e Celan – cujos aniversários completam respectivamente 250 e 100 anos em 2020 – são apenas dois entre os muitos autores que abordam tais temas em sua obra.
Reflexões e imagens da distância (de um lugar, de pessoas, ou de si mesmo), de isolamento (exterior ou interior), de solidão (buscada ou indesejada), estão presentes das mais diversas formas na literatura de língua alemã. Podem estar ligadas à perseguição, ao exílio ou à situação política, ou a doenças e loucura, a questões sociais ou existenciais. Podem ser reais ou imaginadas, idealizadas ou cruéis, angustiantes ou esperançosas.
A Jornada de Literatura Alemã deste ano quer se acercar das possíveis e paradoxais experiências de distância, isolamento e solidão configuradas por escritores de língua alemã, a fim de encontrar nos textos literários caminhos para a compreensão de nossas próprias experiências em meio à pandemia.