Desde o aparecimento das primeiras organizações indígenas na América do Sul tropical
nos anos 1970, um processo de ritmo exponencial conduziu os ameríndios a uma
participação intensa na política nacional tanto no âmbito não-governamental como nos
canais oficiais dos países em que se encontram. O aparecimento desta forma de
política não significou, entretanto, o desaparecimento das formas do político
ameríndias que continuaram evoluindo tanto em paralelo como em relação à nova
política. Se, na política ameríndia, a delegação de poder é bem mais excepcional, na
outra política se delega quase sempre um poder ao dirigente que atua como porta-voz
de seus representados. Esta forma do político se pode chamar de “representativa”,
enquanto a que evita a delegação de poder poderia ser qualificada pelo neologismo
“presentativa”. Este seminário pretende observar mais de perto os momentos em que
essas formas se manifestam.
![Representação e “Presentação” política ameríndia. Coexistência e hibridização de regimes do político na América do Sul tropical](/sites/fflch.usp.br/files/2022-10/Representa%C3%A7%C3%A3o%20e%20Presenta%C3%A7%C3%A3o%20pol%C3%ADtica%20amer%C3%ADndia.png)