Livro analisa antigas histórias de resistência judicial indígena

Dissertação de mestrado defendida por Luma Prado, do programa de pós-graduação em História, é publicada no livro "Cativas Litigantes"

Por
Pedro Seno
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Será lançado, no dia 22 de março, o livro Cativas Litigantes de Luma Ribeiro Prado, mestra em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. A dissertação de mestrado da autora, defendida em 2019, de título "Cativos litigantes: demandas indígenas por liberdade na Amazônia portuguesa, 1706-1759" agora será publicada pela Editora Elefante. Este trabalho também rendeu a Luma o Prêmio História Social da USP de 2020.

O livro revela que os povos originários da terra a que hoje chamamos Brasil há muito tempo recorrem à justiça como uma das arenas possíveis de luta contra o avanço da colonização sobre seus corpos e territórios.

Quem ainda se surpreende com advogados indígenas defendendo os “parentes” nas mais altas instâncias judiciais do país e do mundo devia saber que seus antepassados já moviam processos nas cortes coloniais desde pelo menos o século 18, recorrendo das decisões, se preciso, até que o assunto fosse apreciado pelo rei de Portugal.

Eis as “cativas litigantes” descritas nestas páginas: indígenas, sobretudo mulheres, que foram aos tribunais da época com o objetivo de libertar a si e a seus familiares da escravidão a que estavam submetidas nas regiões do Pará e do Maranhão — e, na maioria das vezes, conseguiram.

Com esta pesquisa, Luma Ribeiro Prado ilumina questões pouco conhecidas da história dos povos ancestrais e do protagonismo das mulheres indígenas em um incessante e admirável processo de resistência ao apagamento.

O lançamento ocorrerá no dia 22 de março, às 18h30, na Livraria Tapera Taperá, localizada na Galeria Metrópole, Av. São Luís, 187 - Centro, Loja 29, 2º andar. Além da autora, estarão presentes na mesa Eloy Terena, Márcia Mura e Samuel Barbosa.

Com informações do site da Editora Elefante.