7º Encontro de Pós-graduandos em Estudos Japoneses conta com workshops sobre criação de mangás

Os eventos, que aconteceram nos dias 13 e 14 de março, contaram com a presença de artistas da área para trazer dicas sobre a produção de mangás e explorar elementos da cultura pop japonesa

Por
Lívia Lemos
Data de Publicação
Editoria

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Foto: Renan Braz/Comunicação Social

Nos dias 13 e 14 de março, a Fundação Japão e o Centro de Estudos Japoneses da USP promoveram duas atividades que discutiram os mangás, histórias em quadrinhos japonesas. A primeira, a palestra Design de personagens da cultura pop do Japão, teve início às 19h30, na Casa de Cultura Japonesa e contou com a apresentação de mangá Ryô Sumiyoshi. Já o segundo encontro, a mesa redonda Singularidades e Identidades do mangá em um universo plural, foi realizado pela manhã na sala 14 do Prédio das Ciências Sociais, com o antropólogo cultural Daisaku Tsuru, docente da Universidade  de Kyoto Seika.

Mangás são revistas de histórias em quadrinhos japonesas. Diferente das histórias em quadrinhos brasileiras, os mangás têm características próprias que vão desde a diagramação até os traços nos desenhos dos personagens. Uma das diferenças mais marcantes nos mangás é a forma de ler, por exemplo, que deve obedecer o sentido da direita para a esquerda.

No primeiro dia, a artista convidada, Ryô Sumiyoshi, compartilhou com o público sobre seu processo criativo para as revistas de mangás, com foco em como desenvolve os traços de seus personagens. A artista já contribuiu na produção de diversas obras, como Jinba, Torso no Bokura e Senshi of the Iron World. Sua contribuição mais notável foi o desenvolvimento do design dos personagens da série de jogos Monster Hunter.

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Por motivos de saúde, Ryô Sumiyoshi não pôde comparecer presencialmente à palestra, mas participou de forma online [Foto: Astral Souto/Serivço de Comunicação Social]

No segundo dia, o docente Daisaku Tsuru explorou a questão da representação visual nos mangás, abordando sobre a importância do equilíbrio entre narrativa e iconografia, que se refere a tudo que envolve imagens e símbolos. Além disso, o professor abordou sobre a utilização dos estudos antropológicos nos mangás.

Para Tsuru, explorar os aspectos que envolvem a produção dos mangás é importante no sentido de aproximar as culturas japonesa e brasileira, visto que no Brasil há uma grande interação dos brasileiros com a cultura japonesa: “Os nossos conteúdos, como o anime, o  mangá e também os games já estão presentes na vida dos brasileiros por um tempo muito longo”.

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Daisaku Tsuru [Foto: Renan Braz/Serviço de Comunicação Social]


Os eventos fizeram parte do VII Encontro de Pós-graduandos em Estudos Japoneses, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa (PPGLLCJ). O encontro, que ocorre a cada dois anos, tem como principal missão promover um espaço nacional para a discussão e debates sobre estudos japoneses.