Cursinho Popular voltado para a comunidade periférica realiza evento na FFLCH

Além de haver uma aula sobre sobre racismo ambiental, também foi elaborado um passeio guiado pela USP para incentivar os estudantes a ingressar na universidade

Por
Astral Souto
Data de Publicação
Editoria

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Neste último sábado, dia 13 de abril, ocorreu a aula magna do cursinho popular UNEafro no prédio de história e geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. O tema do evento foi “Racismo Ambiental e Justiça Climática” e contou com a presença de professores e alunos de cursinhos populares diversos e militantes da causa antirracista. No encontro também houve a entrega do prêmio Marielle Franco, um símbolo de luta pela proteção dos direitos humanos e atuação contra o racismo. Além disso, os alunos presentes puderam comer no restaurante universitário e fazer um passeio guiado por toda a Universidade. A maior parte dos participantes eram pessoas vindas da periferia. 

Patrícia Toni, que pertence à coordenação de comunicação da União Afro Brasil e é Educadora Popular no movimento no Núcleo 11 de Agosto, forneceu entrevista para o Serviço de Comunicação Social da FFLCH sobre o evento. A importância da aula magna, segundo ela, se dá pela tentativa de aproximar os estudantes negros periféricos e indígenas do sonho da universidade púbilca, em principal da maior universidade da América Latina, a USP. Além do mais, o encontro também é uma celebração dos 15 anos vividos pelo cursinho da UNEafro. Ele, além de promover uma educação popular voltada para pessoas racializadas e de baixa renda, fomenta a discussão sobre reivindicação de direitos e a transmissão de cultura, esporte e lazer. 

A marca que o evento deixa nos alunos, segundo Patrícia, é a de empolgação em saberem que o sonho de estarem em uma faculdade pública é possível, mesmo que o sistema de Educação Nacional afaste a juventude negra e periférica desse lugar. Patrícia comenta: “Quando há essa possibilidade de participar de alguma coisa dentro da USP, de vivenciar um pouco do que acontece naquele espaço, isso ilumina o sonho ensino superior e ele se torna mais palpável. Então a impressão que os estudantes ficam é sempre muito maravilhosa. Eles querem voltar no ano seguinte e fazer mais coisas”.