"Hōjōki – Anotações na Solidão da Cabana" apresenta uma curta crônica social em que o autor busca seu lugar no mundo regido pelo princípio da impermanência
O Sesc São Paulo lançou recentemente "Hōjōki – Anotações na Solidão da Cabana", obra-prima da literatura japonesa escrita por Kamo no Chōmei e traduzida pela professora Luiza Nana Yoshida, do Departamento de Letras Orientais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, que aderiu ao projeto "Literatura Livre".
O projeto, do instituto Mojo em parceria com o SESC, promove a tradução e disponibilização de clássicos da literatura mundial.
Grande obra de testemunho literário do Japão medieval, Hōjōki é uma curta crônica social em que o autor busca seu lugar no mundo regido pelo princípio da impermanência, afastando-se da antiga capital Heiankyō, atual Kyoto, assolada por uma série de calamidades no final do século 12, e isolando-se nas montanhas. Ao construir uma cabana rústica e eliminar o desejo, o poeta e inja, retirado budista, acreditava que seria poupado da angústia que se abateu sobre os habitantes da cidade. No entanto, encontraremos o autor consumido pela dúvida, questionando sua própria sanidade e a integridade de seu propósito. Sua voz vem do passado distante e fala diretamente ao nosso coração, surpreendentemente moderno e intensamente humano. A nitidez das tradições do passado e as calamidades presentes no cotidiano dos cidadãos transformam o futuro em uma névoa indissolúvel, misteriosa e desalentadora; ao mesmo tempo, o autor enaltece o limiar da vida em acontecimento. Embora idoso e solitário, seus pequenos prazeres e memórias mantêm a chama de sua alma viva.
Sobre a autora
Luiza Nana Yoshida é pesquisadora do Centro de Estudos Japoneses e professora colaboradora sênior da FFLCH. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Clássica Japonesa, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura setsuwa e literatura inja.
Os interessados podem acessar a obra gratuitamente no link: Hōjōki – Anotações na Solidão da Cabana.
Com informações do Departamento de Letras Orientais