Memória Negra: FFLCH anuncia projeto de mapeamento de docentes negros

Perfis dos professores podem ser encontrados no site da unidade

Por
Rafael Dourador
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Arte com texto "Memória Negra" ao centro
Arte: Rafael Dourador/ Serviço de Comunicação Social FFLCH USP

O site do Projeto Memória da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP anunciou, nesta quarta-feira, 20 de novembro, o lançamento de uma nova aba em sua página. “Memória Negra na FFLCH” será um espaço para reconhecimento e valorização de docentes negros que fizeram ou ainda fazem parte da história da instituição, como o geógrafo Milton Santos.

Segundo a diretoria da unidade, o novo perfil de ingressantes na Universidade de São Paulo foi o ponto de partida para se chegar à decisão de mapear as figuras negras. “A partir das políticas de cotas raciais e sociais, os espaços universitários enegreceram. Estudantes negras e negros trouxeram, finalmente, uma ampliação do perfil das universidades públicas sem, contudo, terem esta mesma representatividade negra por parte do corpo docente”, explica a vice-diretora, Silvana de Souza Nascimento, em nota para o site. De acordo com o Anuário Estatístico da USP, em 2023, menos de 5% dos docentes eram negros, enquanto os estudantes  — distribuídos entre graduação, pós-graduação e pós-doutorandos — eram cerca de 23,55%. 

Até o momento, pelo menos 29 docentes autoidentificados negros foram localizados pela equipe do Projeto Memória FFLCH 90 anos — coordenado pelo funcionário AbílioTavares, com a secretaria de Fátima Morashashi e o auxílio dos bolsistas e estudantes de graduação dos cursos História e Ciências Sociais, Ana Paula Loberto, Thamires Badu, Eric Rinaldi, Cauê Harms e Gabriel Silvano. No entanto, o número tende a aumentar após a confirmação das novas contratações de docentes. Uma descrição do perfil de cada um está disponível na página do projeto.

Otimista com o lançamento, Silvana diz que esse foi apenas o primeiro passo do projeto: “Também pretendemos dar visibilidade e realizar pesquisas que envolvam estudantes e servidores não-docentes negros, e relembrar e valorizar suas atuações em diferentes âmbitos políticos e sociais”.