Entre os dias 8 e 11 de dezembro, a USP sediará o evento Economias sexuais, cuidado e marcadores sociais da diferença. As atividades são abertas ao público e se dividem entre a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e a Faculdade Saúde Pública (FSP), ambas da USP. Ao trazer para a Universidade pesquisadoras e profissionais do sexo, por meio de palestras, workshops e um grupo de trabalho, o evento visa promover discussões que ultrapassem os estigmas e valorizem seus conhecimentos.
A iniciativa também cumpre o papel de ampliar o debate sobre saúde para além de uma lógica centrada em doença, risco, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ou abordagens exclusivamente genitalizantes. Por meio de atividades que propiciam o debate e reflexão, as vivências e experiêncas de profissionais do sexo serão o ponto de partida das discussões. “Ao escutar suas práticas, demandas e estratégias cotidianas, conseguimos refletir sobre o que pode ser produção de saúde, busca por prazer e práticas de cuidado e prevenção de forma mais orgânica e situada”, afirmam os organizadores ao Jornal da USP.
Na segunda-feira, dia 8, às 19 horas, Laura Murray, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordena o workshop Percursos Metodológicos, Audiovisuais e Colaborativos em Contextos de Economias Sexuais, no auditório 8 da FFLCH, com transmissão pelo YouTube. Na terça-feira, 9, terá início, a partir das 9 horas, na sala Ciro Cyari da FSP, a primeira sessão do grupo de trabalho (GT) que leva o mesmo nome do evento. Com o tema Práticas de trabalho e escrita, a sessão contará com debate entre Laura Murray e Carolina Bonomi, doutoranda em Ciência Política pela Unicamp, com mediação de Letizia Patriarca (Tita), doutora em Antropologia Social pela USP, e Junior Fellow, do Maria Sibylla Merian Centre Conviviality-Inequality in Latin America (Mecila).
Ainda na terça-feira, às 19 horas, o Anfiteatro Paula Souza da FSP recebe a primeira mesa do evento sobre Trabalho sexual, processos de criminalização e marcadores sociais da diferença. Compõem a roda Betânia Santos, da Associação Mulheres Guerreiras de Campinas, Guira, ativista sexual, Soila Mar, do Núcleo de Estudos da Prostituição de Porto Alegre, e Patrícia Rodrigues, mobilizadora. A mediação é de Tita e haverá transmissão no YouTube do Coletivo de Pesquisa em Antropologia da Saúde da FSP.
Na quarta-feira, 10, às 9 horas, acontecerá a segunda sessão do GT, com o tema Processos de criminalização e disputas de território, na Sala Pedro Egydio da FSP, que contará com debate entre Tita e Amanda Calábria, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e mediação de Juno Ferreira, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da USP. À tarde, às 14 horas, no Anfiteatro Paula Souza da FSP, acontece a palestra Economias sexuais em perspectiva antropológica, com a professora Ana Paula da Silva, da Universidade Federal Fluminense (UFF). A mediação fica por conta de Silvana Nascimento, docente da FFLCH, com transmissão pelo YouTube do coletivo.
A programação se estende na quarta-feira, às 19 horas, com a mesa Trabalho sexual, saúde e direitos humanos, composta pela professora Fabiana Rodrigues, da Universidade São Francisco (USF), Fernanda Costa, da FC Moda Trans, e Fabiana Ferreira, agente de prevenção do Coletivo Mulheres da Luz. A mesa será transmitida pelo YouTube e conta com mediação de José Miguel Nieto Olivar, professor da FSP, no anfiteatro Paula Souza da FSP.
Na quinta-feira, 11, às 9 horas, acontecerá a última sessão do GT, com o tema Moralidades em disputa, na Sala Pedro Egydio, com debate de Thaddeus Bianchette, docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e da professora Ana Paula da Silva, além de mediação de Ana Carolina Braga Azevedo, do PPGAS-USP.
O encerramento acontecerá às 19 horas na FSP com a Puta Festa, um momento de confraternização com karaokê, como forma de reforçar laços e alianças e de reafirmar que os saberes também são produzidos pelos corpos, em movimento e em relação.
Economias sexuais, cuidado e marcadores sociais da diferença é uma iniciativa de discentes do PPGAS-USP e é organizado pelo projeto Cosmopolíticas do Cuidado no Fim-do-Mundo e pelo Núcleo de Estudos dos Marcadores Sociais da Diferença (Numas/USP). Para mais informações, acesse as redes sociais do projeto.
Texto de Maykon Almeida com informações de Camila Montagner
Texto original: https://jornal.usp.br/noticias/evento-na-usp-propoe-reflexoes-sobre-eco…
