Acordo facilitará pesquisas sobre tecnologias de informação e comunicação

FFLCH e o Comitê Gestor da Internet no Brasil promovem acesso a dados sobre tecnologias da informação e da comunicação a alunos, professores e pesquisadores da USP

Por
Redação
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Na semana do dia 20 de julho foi anunciado formalmente o acordo de cooperação entre a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), instituição responsável pela implementação das decisões tomadas pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil. 

O acordo abre portas para professores, alunos e pesquisadores promoverem agendas de pesquisa, estudos e análises em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) por meio de acesso a dados produzidos regularmente pelo NIC.br. 

“Também permite a criação de estratégias de ensino e extensão voltadas a compreender o impacto das tecnologias digitais na sociedade e inovações metodológicas baseadas nas TIC para a geração de conhecimento”, afirma Fábio Senne, doutorando na área de comunicação e políticas públicas em Ciência Política pela FFLCH e coordenador de projetos de pesquisa TIC do CETIC.br.

O NIC.br mantém o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.br), dedicado a elaboração de estudos, relatórios e produção de bancos de dados de pesquisas realizadas sobre o tema das TIC, que, pelo acordo serão franqueados aos alunos e professores da FFLCH. 

Com o acordo será possível acessar as bases de dados, por exemplo, sobre a desigualdade digital no Brasil e analisar como e em quais condições os brasileiros acessam a internet no país. E assim, produzir novos indicadores, desenvolver estatísticas e sistematizar a análise de dados e informações estratégicas sobre o desenvolvimento da internet, assim como estudar os impactos socioeconômicos das tecnologias de informação e comunicação no Brasil.

Senne explica que o acordo é fruto da interação do CETIC.br com professores engajados em pesquisas sobre o impacto socioeconômico das tecnologias digitais e a Inteligência Artificial, em especial nos departamentos de Sociologia e Ciência Política. “Como o interesse pelo tema é interdisciplinar, avaliou-se que a assinatura de um acordo com a FFLCH poderia favorecer a continuidade das linhas de pesquisa existentes e a criação de novos projetos de pesquisa na área”. 

Com a pandemia da Covid-19, o NIC.br e pesquisadores da FFLCH também passaram a cooperar na Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade, criada para produzir evidências tecnológicas no enfrentamento da pandemia. “A atuação da Rede é um exemplo de como o acordo pode fomentar pesquisas concretas sobre a interface entre as tecnologias e a sociedade”, explica o coordenador.

Contribuições
Para Senne, o impacto das tecnologias digitais têm um interesse emergente nas ciências humanas. O Cetic.br é um escritório reconhecido pela UNESCO como dos maiores repositórios de dados sobre a adoção das TIC no mundo. “Essa interação pode beneficiar estudantes e pesquisadores que desejam produzir pesquisas de impacto internacional. As rápidas transformações tecnológicas que vivenciamos, que incluem a disseminação de aplicações baseadas em Inteligência Artificial, também fazem parte dos temas investigados pelo NIC.br - o que pode favorecer a emergência de pesquisas inovadoras e relevantes para a sociedade”.

Para além dos muros da universidade, o pesquisador ressalta que as TIC e a Internet são cada vez mais decisivas para a produção de políticas públicas, para a economia e no acesso a direitos e bem-estar. “Ao mesmo tempo, o novo cenário tecnológico tem provocado profundas transformações no mundo do trabalho, nas formas de socialização e no funcionamento das democracias. O fortalecimento da pesquisa nesse campo é fundamental para compreender o novo momento e permitir o desenho de políticas adequadas a ele”.  

Os responsáveis entendem que o acordo abre oportunidade para a Faculdade envolver professores, alunos e pesquisadores de diferentes departamentos em agendas interdisciplinares, fortalecendo a ciência e o conhecimento científico, principalmente nas áreas ainda muito carentes como as TIC.