A chefe de Serviço da Comissão de Cooperação Internacional (CCInt) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Vivian Pamella Viviani de Castro, participou do III Seminário de Internacionalização da Faculdade de Educação (FE), realizado nos dias 25 e 26 de maio.
Organizado pela CCInt-FE, o evento ajudou a pensar no processo de Internacionalização da Universidade e contribuir na formação de novos convênios acadêmicos internacionais e no aprimoramento da política de integração.
O seminário teve apresentações de 32 experiências internacionais desenvolvidas na África, América, Europa e Ásia relacionadas ao ensino, à pesquisa e à extensão. E contou com a explanação de professores e alunos da FE que fizeram intercâmbio internacional e os estrangeiros que se encontram matriculados na Unidade, além de professores de instituições estrangeiras, bem como de funcionários da FE e de outras Unidades da USP.
Acolhimento
Em sua apresentação, Vivian falou da sua visita à University of Tsukuba, Japão, realizada entre os dias 4 a 15 de fevereiro deste ano. Entre os vários aspectos desta experiência, a chefe da CCInt-FFLCH destacou o acolhimento que teve na universidade japonesa.
A universidade japonesa disponibilizou um funcionário para recepcioná-la desde a chegada ao aeroporto, durante as atividades dentro da universidade, nas visitas em pontos turísticos da cidade até à volta.
Segundo Vivian, essa recepção acontece porque no Japão os visitantes são responsabilidade da universidade, sejam eles professores, alunos e funcionários. Este acompanhamento na cidade fora dos limites do campustambém se deve à dificuldade linguística, já que fora do meio acadêmico poucas pessoas falam inglês, além da cultura japonesa ser muito acolhedora e prestativa.
Na FFLCH, semestralmente, antes do início das aulas, a CCInt realiza uma reunião de recepção aos alunos estrangeiros que veem estudar na graduação e na pós-graduação da Unidade.
Nessa reunião, os intercambistas recebem orientações gerais sobre o processo de matrícula, documentação obrigatória exigida, os serviços oferecidos pela USP (restaurantes, transporte, saúde), o acesso às atividades esportivas no Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp) e as opções culturais.
Além disso, este encontro é feito também como uma forma de integração de todos os alunos estrangeiros, para não ficarem restritos somente aos estudantes da mesma universidade ou país.
Em comparação ao acolhimento que a FFLCH faz aos alunos estrangeiros, Vivian pontuou que, devido à demanda de trabalho e ao número de funcionários que a CCInt possui, não se consegue fazer na Faculdade um acompanhamento do aluno estrangeiro durante todo o semestre ou ano que ele permanece estudando na Unidade.
Para aprimorar esta questão, a proposta de Vivian é contar com a participação dos alunos da USP neste acolhimento “para acompanhar o desenvolvimento deste aluno dentro da Faculdade, da USP e na cidade de São Paulo, mostrando os pontos turísticos e ver como eles estão interagindo; porque os estudantes têm a vantagem de ter a mesma linguagem e os mesmos interesses, e a maioria também tem a mesma faixa etária”, destaca.
De acordo com ela, a tentativa de por isso em prática começará a partir do segundo semestre deste ano. Pois, foram eleitos dois representantes discentes para participarem como membros da CCInt-FFLCH junto com os professores representantes dos 11 departamentos da Unidade.
A ideia é que esses representantes discentes mobilizem os alunos da Faculdade para criar os “embaixadores FFLCH” – que ajudaria a acolher os alunos estrangeiros e mostraria a eles a parte acadêmica da Faculdade que só os alunos conhecem e participam, por exemplo.
Segunda vez
A experiência de visitar e conhecer uma universidade de outro país não é a primeira de Vivian como funcionária da CCInt-FFLCH.
Em 2013, ela foi um dos 10 funcionários que tiveram projetos contemplados no Programa de Incentivo e Apoio à Capacitação dos Servidores Técnicos e Administrativos da USP no exterior.
Este programa teve o objetivo de proporcionar aos servidores da Universidade a oportunidade de desenvolver suas competências profissionais por meio de intercâmbio internacional, mediante a apresentação de um projeto individual relacionado à sua área de atuação na Universidade.
Os funcionários contemplados receberam passagem aérea de ida e volta em classe econômica, seguro-saúde, de duas a seis mensalidades; e um auxílio a título de despesas de instalação e despesas pessoais.
Na ocasião, ela foi para a Queen’s University Belfast, Irlanda do Norte,
durante três meses – de agosto a outubro de 2014; e para a Vanderbilt University, Estados Unidos – de outubro a novembro de 2014. Durante este período, Vivian atuou no escritório de Relações internacionais das duas faculdades.
“Na Queen’s, eles têm os embaixadores como a gente quer criar e durante a primeira semana tem uma recepção só para os estrangeiros. Que é organizado e realizado pelo Welcome Center”, explica.
Vivian explica que este setor é dedicado à esta recepção e integração dos alunos estrangeiros e, ao longo do semestre, promovem atividades extracurriculares fora do campus para os intercambistas conhecerem a cidade e os pontos turísticos, pagas pelos próprios alunos.
Isso é feito para que o aluno tenha contato com a cultura da região, conhecerem desde apresentações culturais a eventos esportivos e a vida cotidiana dos moradores.
Este trabalho também é feito na universidade dos Estados Unidos em que ela esteve, pelo International Student & Scholar Services (ISSS). A diferença é que as atividades extracurriculares são destinadas aos alunos oriundos dos Estados Unidos também, já que naquele país é comum as pessoas estudarem em outras cidades e Estados durante a faculdade.
Na Vanderbilt University, os funcionários cuidam de todas as necessidades que o aluno precise: moradia, escola para dependentes, auxílio para assuntos relacionados consulares, orientação psicológica e etc.
Mas, um dos motivos de eles conseguirem realizar todas essas atividades e valorizarem os estrangeiros é porque são universidades privadas que têm muitos recursos e também pelo fato de que os estrangeiros pagam as taxas e representam mais verbas ainda para a instituição.
Por esse motivo, há uma dificuldade de firmar convênios muitas vezes com universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido, por exemplo. O que Vivian lembra que começou a mudar nos últimos dois anos, quando a presidência da CCint conseguiu aumentar o número de convênios firmados com essas instituições com o objetivo de possibilitar que os alunos da FFLCH realizem intercâmbio nestes países.
Para finalizar, Vivian explica que o acolhimento no Japão é feito somente pelos funcionários da universidade, enquanto que na da Irlanda do Norte e na dos Estados Unidos é realizado pelos funcionários em conjunto com os alunos também, pois estas atividades extracurriculares é computada ao currículo deles como parte da formação durante a Faculdade.