O resultado do QS World University Ranking by Subject foi divulgado no dia 3. Nas três edições anteriores – 2018, 2019 e 2020 –, a FFLCH teve duas áreas classificadas entre as 50 melhores em cada ano
A USP está entre as melhores universidades do mundo em 44 das 51 áreas específicas avaliadas no QS World University Ranking by Subject, divulgado no dia 3 de março. Desse total, 13 áreas específicas foram classificadas entre as 50 melhores, sendo quatro delas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH): Antropologia (44ª), Geografia (46ª); Línguas Modernas (47ª); e Ciência Política e Relações Internacionais (50ª).
Em 19 áreas específicas a Universidade ficou entre a 51ª e a 100ª posição, classificação em que estão as áreas de História e de Sociologia (mais especificamente na 63ª); em nove áreas, está entre as 150 melhores, mas nenhuma área da Faculdade está nesta colocação; e, em três áreas, aparece entre as 200 melhores, sendo todas vinculadas à FFLCH: Filosofia, Língua Inglesa e Literatura, e Linguística.
As áreas específicas são agrupadas em cinco grandes áreas e a USP está entre as 100 melhores na classificação geral de todas as cinco: Ciências Sociais e Administração (52ª), Artes e Humanidades (57ª), Ciências da Vida e Medicina (74ª), Ciências Naturais (75ª) e Engenharia e Tecnologia (86ª).
Publicado desde 2011 pela Quacquarelli Symonds, organização britânica de pesquisa especializada em instituições de ensino superior, o ranking avaliou as universidades de acordo com quatro indicadores (reputação acadêmica, reputação entre empregadores, citações científicas e índice H), adaptados de acordo com cada área específica. Confira o quadro abaixo com todas as colocações.
Nas três edições anteriores – 2018, 2019 e 2020 –, a FFLCH teve duas áreas classificadas entre as 50 melhores em cada ano. Em 2021, este número aumentou passando para quatro.
No geral, em relação à edição de 2020, nas nove áreas de avaliação do QS World University Ranking by Subject relacionadas à Faculdade, a FFLCH teve uma melhora de desempenho em quatro áreas: Antropologia (de 51-100 para 44ª), Geografia (47ª para 46ª), Ciência Política e Relações Internacionais (51-100 para 50ª) e Sociologia (em 2020, estava na posição 51-100, assim como está agora, mas como neste ano o ranking mostrou uma colocação específica, 63ª, para comparação destaca-se que na edição anterior estava em 77ª), e manteve-se estável em outras quatro: Filosofia, História, Língua Inglesa e Literatura, e Linguística.
Outro fator importante que os docentes consultados ressaltaram é que a boa avaliação ocorreu em um momento difícil em que o mundo vive, e em especial o Brasil, por causa da pandemia do novo coronavirus (Covid-19), o qual trouxe incertezas para a vida pessoal de todos e dificuldades para a realização das aulas, pesquisas e atividades de extensão, que exigiu muita adaptação da comunidade acadêmica também.
Desempenho
Para comentar sobre o desempenho, ouvimos docentes de algumas áreas. A área de Antropologia, que junto com a de Ciência Política e Sociologia formam o curso de graduação em Ciências Sociais na FFLCH, teve destaque na classificação estando entre as 50 melhores. O professor e chefe do Departamento de Antropologia, Heitor Frúgoli Júnior, falou a respeito.
"Trata-se de uma posição muitíssimo expressiva, com um crescimento significativo com relação às posições de 2019 (82º lugar) e 2020 (83º lugar), ainda que em 2016 tivéssemos obtido a 36ª posição, e em 2018, a 46ª. Chama a atenção que esse crescimento tenha se dado num período de crise generalizada das políticas e recursos voltados à universidade pública brasileira, e também em meio aos impactos da pandemia. Não é pouco, e penso que isso se deve à excelência das atividades de nossos docentes nas áreas da graduação, pós-graduação, pesquisa, extensão e internacionalização", ressaltou o docente.
Geografia é outra área que teve uma boa colocação e vem mantendo um bom desempenho ao longo das últimas avaliações, estando desde 2019 entre as 50 melhores, quando ficou na 42ª colocação, em 2020 com a 47ª, e nesta edição estando em 46ª.
De acordo com a professora e chefe do Departamento de Geografia, Sueli Ângelo Furlan, a boa avaliação (e a manutenção dela) é resultado de um grande esforço de trabalho, porque a Geografia tem muitas conexões com grupos acadêmicos organizados, já que trabalha com questões muito contemporâneas e tem temáticas se abrindo para a América Latina, além de abranger o Brasil.
"Temos muita formação, muita orientação, muita produção nos nossos programas de pós-graduação, muita articulação acadêmica que os professores e os pesquisadores fazem e que levam a uma projeção [além dos muros da USP]. E, como uma parte da avaliação do ranking vem dos profissionais egressos [empregadores em geral] da Faculdade, faz com que a gente tenha uma resposta da potência dos nossos programas de pós-graduação também", declarou Sueli.
Desde 2018, a área de Línguas Modernas vem se mantendo entre as 50 melhores, variando pra cima ou pra baixo: 42ª em 2018 e 2020, 30ª em 2019, e neste ano ficou na 47ª posição. Antes de falar sobre o desempenho, o professor e chefe do Departamento de Letras Modernas, Adrian Pablo Fanjul, quis destacar como é entendida esta área internacionalmente.
"Sendo um ranking elaborado fora do Brasil, a denominação dada a essa área costuma ser entendido como determinadas línguas “estrangeiras”, o que inclui, no caso, também o português. E, dado que os sujeitos de pesquisa com base nos quais o ranking é elaborado recebem uma pergunta sobre “línguas modernas” em geral, tanto o português quanto as línguas que são estudadas no Departamento de Letras Modernas (Alemão, Espanhol, Francês, Inglês e Italiano), e as que, na nossa estrutura, estão no Departamento de Letras Orientais provavelmente estejam representadas nesse ranking a partir de seu peso nos estudos universitários no mundo", explicou.
O chefe do Departamento comentou sobre a manutenção de uma boa avaliação, apesar de ao longo do tempo a área ter ficado com menos professores.
"Não é casual que a USP seja indicada em relação às línguas estrangeiras modernas, dado que o principal indicador do ranking, com peso 70%, é “reputação acadêmica”, indagado entre uma amostra de docentes de universidades do mundo todo, e a USP é a única universidade do Brasil que tem programas de pós-graduação específicos para cada uma dessas línguas, fator que dá uma visibilidade nacional e internacional ímpar. E, na graduação, é a que concentra maior diversidade de habilitações em línguas e maior número de vagas. No entanto, é realmente notável que Línguas Modernas como um todo se mantenha entre os 50 primeiros lugares (...) pela perda de docentes, tendo passado de 78 professores efetivos em 2014 a apenas 48 em 2020", frisou Fanjul.
(Com informações da Assessoria de Imprensa da USP)