Programa da USP busca institucionalização de políticas linguísticas para a Universidade

Idealizado inicialmente por representantes da FFLCH e FEUSP, o PDPoLínguas prevê colaboração com todas as unidades da USP para implementação de políticas que avancem a favor do princípio do plurilinguismo na comunidade acadêmica

Por
Pedro Seno
Data de Publicação
Editoria

Em setembro de 2023, foi elaborado e aprovado o "Programa de Desenvolvimento de Políticas Linguísticas para a USP" (PDPoLínguas-USP), fruto do trabalho realizado no “II Seminário sobre Políticas Linguísticas na USP”, evento com a presença de representantes de unidades, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e a Faculdade de Educação (FEUSP). Na ocasião, foi discutido o tema das línguas utilizadas pela comunidade USP e propostas de institucionalização de políticas relacionadas ao assunto.

Em 2021, fora produzido um documento pelo então GT Interunidades em Políticas Linguísticas para a USP (GT PoLínguas-USP) estabelecendo as bases de uma proposta referente ao debatido, confira neste link.

Hoje, o PoLínguas-USP convida todas as unidades da Universidade a tomar conhecimento do programa. Além disso, está divulgando um formulário com três perguntas voltadas aos dirigentes, com propósito de colaborar adicionando sugestões e monitorando as ações já existentes relacionadas à políticas linguísticas. Acesse o formulário aqui, podendo ser respondido até dia 31 de julho.

O documento de 2021 já concentrava os preceitos principais do programa. Dentre as noções estabelecidas, estão o fato de que a USP se pretende uma instituição "plurilíngue", considerando a variedade idiomática brasileira, que leva em conta tanto idiomas estrangeiros presentes e influentes no país, como os idiomas indígenas e a Língua Brasileira de Sinais (Libras), reconhecidas e asseguradas pela Constituição de 1988. E, também, como afirma, a coordenadora do PoLínguas-USP, Maite Celada, é preciso levar em consideração, explorar e  expandir a tradição de estudos na série de áreas linguísticas presentes no curso de Letras da FFLCH – alemão, árabe, armênio, chinês, coreano, espanhol, francês, hebraico, inglês, japonês, italiano, português, russo, tupi – bem como a reflexão presente na Faculdade de Educação, especialmente, no seu Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada. 

A institucionalização de políticas linguísticas é considerada pelo PoLínguas como forma de inclusão, princípio previsto pela Universidade e já consolidado, por exemplo, com a criação da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) em 2022. Ela também pressupõe o avanço em relação aos eixos centrais do funcionamento da USP, a pesquisa, o ensino, a extensão e o amplo uso dos espaços da Universidade, como bibliotecas e museus.