Livro discute ideologia de gênero e sexualidade no Brasil Contemporâneo

Coletânea apresenta um dos resultados dos trabalhos realizados pelo Comitê de Gênero e Sexualidade da Associação Brasileira de Antropologia, entre 2019 e 2020

Por
Nilda Pais
Data de Publicação
Editoria

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Na 34ª Reunião Brasileira de Antropologia, evento que acontecerá de 23 a 26 de julho, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), será lançado o livro Desafios e Resistências em Gênero e Sexualidade no Brasil Contemporâneo (Editora CEGRAF/UFG, 495 páginas), organizado pela professora Heloisa Buarque de Almeida, do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e pelo professor Carlos Eduardo Henning, da Universidade Federal de Goiás (UFG).     

A obra é um dos resultados dos trabalhos realizados pelo Comitê de Gênero e Sexualidade da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), entre 2019-2020. A coletânea reúne um conjunto amplo, diverso e multifacetado de autorias. 

O primeiro bloco de capítulos apresenta embates em torno do antigênero, como ficou conhecido internacionalmente, ou da promoção da ideia de “ideologia de gênero”, que foi o termo que predominou no contexto brasileiro. 

O segundo bloco de capítulos - que é a porção majoritária da coletânea - é também representativo de parte da enorme diversidade de pesquisas e abordagens antropológicas atuais sobre gênero e sexualidade em inter-relação com outros marcadores sociais das diferenças no Brasil. Com múltiplas abordagens e temáticas, esse bloco de trabalhos se conecta a variados atravessamentos dos marcadores sociais em pesquisas antropológicas, em algumas vezes, com abordagens interseccionais. Algumas temáticas se destacam, como: arte e agenciamentos políticos, processos de racialização conectados a gênero e/ou sexualidade e, por fim, etnografias que mobilizam o curso da vida, envelhecimento, velhice, gênero e sexualidade. 

Esta obra, portanto, foi redigida a muitas mãos e está enraizada em uma temporalidade profundamente complexa, difícil e desafiadora. Em produção desde o início de 2021, em meio às devastadoras ondas da pandemia de covid-19, ela se encerra em outra conjuntura, vista como “pós-pandêmica” e com uma nova configuração política no Poder Executivo brasileiro. Apesar dos desafios e dificuldades, os organizadores ressaltam a apresentação de um conjunto complexo, dinâmico e instigante de reflexões, ensaios e investigações, em especial de cunho etnográfico, redigidas ao longo dos últimos anos sobre o conjunto multifacetado de desafios e resistências em termos de gênero e sexualidade no Brasil contemporâneo.


Organizadores 


Heloisa Buarque de Almeida, professora do Departamento de Antropologia da FFLCH. Atua desde 2020 na Comissão de Defesa de Direitos Humanos na FFLCH. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana e Marcadores Sociais da Diferença, atuando principalmente nos seguintes temas: gênero, mídia, marcadores sociais da diferença, família, corpo, violência de gênero. Fundadora da Rede Não Cala - Rede de Professoras pelo fim da violência sexual e de Gênero na USP.


Carlos Eduardo Henning, professor do Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais (FCS) da UFG. Suas pesquisas abordam temas como: gênero, sexualidade, homoerotismo, relações intergeracionais, envelhecimento, meia idade, velhice, sociabilidades, territorialidades, apropriações sociais do espaço e marcadores sociais das diferenças. Foi vice-coordenador do Comitê de Gênero e Sexualidade da ABA - Associação Brasileira de Antropologia (Gestão 2019-2020). 

 

O livro poderá ser acessado após o evento no site do CEGRAF.

Com informações do CEGRAF da UFG