Tempo e Trabalho: memórias de quem não costuma ser ouvido

Nova produção do grupo de Projetos Especiais busca dar visibilidade e valorização aos funcionários da FFLCH

Por
Rafael Dourador
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Editoria

Arte de capa da Série "Tempo e Trabalho"
Arte: Ana Paula Loberto / Assessoria de Projetos Especiais da FFLCH

Nesta sexta-feira (24), a Assessoria de Projetos Especiais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP lançou o primeiro vídeo da série Tempo e Trabalho, desenvolvida a partir do depoimento de funcionários e ex-funcionários que fizeram e fazem parte da história da Faculdade. A proposta é contribuir para a memória e o reconhecimento da importância desses trabalhadores.

A produção é parte de um trabalho maior de recuperação e preservação da memória institucional, iniciado em 2024 em decorrência dos 90 anos da FFLCH. Ao todo, 29 servidores concederam entrevistas ao grupo, contando suas trajetórias e vivências na USP. Cada conversa será postada no site e no canal do Youtube da FFLCH ao longo do ano.

De acordo com Ana Paula Araújo, integrante da Assessoria de Projetos Especiais, a ideia surgiu de uma visita aos arquivos de outras faculdades que antes faziam parte da FFLCH, quando esta ainda era conhecida como Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL). “Percebemos a importância de conversar com os funcionários porque é uma outra vivência da Universidade. Então, tentamos investigar nessas entrevistas como é a experiência universitária para essas pessoas e procuramos saber mais sobre elas”, explica Ana Paula.

Ela destaca a variedade de depoimentos, que indica experiências múltiplas e diferenças nas formas que cada funcionário percebe o ambiente. “Quando perguntamos sobre o espaço físico, muitos apontaram o CEPEUSP, alguns a copa como um ponto de encontro, e outros não apontaram nenhum porque não identificaram espaços de lazer durante o cotidiano na Universidade”, complementa.

Fotografia de Robson Dantas Vieira
Robson Vieira era tapeceiro antes de entrar na USP - Foto: Arquivo Pessoal

Servidor da USP há 28 anos, Robson Dantas entrou em 1996 na FFLCH, onde trabalhava na biblioteca do departamento de Ciências Sociais e foi um dos entrevistados. Para ele, o projeto traz valorização aos funcionários: “É uma iniciativa muito boa! Acho que vai permitir às pessoas, principalmente quem não é da área acadêmica, saber como é trabalhar aqui, onde temos que lidar com financeiro, administrativo e acadêmico”, conta. Hoje secretário do Departamento de Linguística, ele afirma que é a primeira vez que vê um projeto voltado para funcionários na FFLCH.