Grupo de Trabalho apresenta proposta para implementação de espaços inclusivos. Ideia é que 3 dos 6 banheiros públicos do prédio de Filosofia e Ciências Sociais se tornem neutros
Nesta quarta-feira, 23 de abril, a diretoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP apresentou, junto ao Grupo de Trabalho (GT) Banheiros Agênero, uma proposta para conversão de metade dos banheiros públicos do prédio de Filosofia e Ciências Sociais em banheiros neutros, isto é, sem divisão de gênero. Os banheiros para uso exclusivo de funcionários e professores, no entanto, não serão alterados.
Em duas reuniões realizadas no auditório Nicolau Sevcenko, a vice-diretora Silvana Nascimento exibiu as ideias com o auxílio de discentes pertencentes ao GT. As primeiras ações projetadas são a remoção dos mictórios, a retirada das portas nos banheiros unissex, a implementação de placas informativas e a divulgação dessas informações pelos canais oficiais da Faculdade. No edifício de Filosofia e Ciências Sociais, o banheiro do corredor próximo à Sala de Estudos Marina Harkot no andar térreo e os banheiros próximos às salas de aula do segundo andar foram os escolhidos.
O projeto vem de encontro a ações semelhantes em outras universidades e instituições, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), que já possuem unidades com banheiros unissex. O Instituto Moreira Salles e a Biblioteca Mário de Andrade também contam com essas instalações. Além deles, a diretoria argumenta que esta é uma medida prevista no artigo 70 do Plano Diretor da Universidade de São Paulo e no projeto do novo espaço de convivência da FFLCH.
Antes de apresentar a proposta, Silvana explicou sobre pessoas transgêneros, tratamento de pronomes e o contexto social que elas se inserem na FFLCH e fora da USP. Ela também enfatizou os casos de assédio e violência sofridos por esses grupos, trazendo dados de um mapeamento do projeto Corpas Trans USP. “Quase 70% da população trans da USP disse que sofreu transfobia na Universidade”, aponta a vice-diretora.