A professora Silvana de Souza Nascimento, do Departamento de Antropologia e atualmente vice-diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, foi uma das homenageadas na primeira edição do Prêmio Janaína Lima de Luta pelos Direitos LGBTI+, entregue na noite de 16 de outubro, em cerimônia na unidade Roosevelt da SP Escola de Teatro.
A premiação, organizada pela Frente Parlamentar LGBTI+ da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e idealizada pelo deputado estadual Guilherme Cortez, reconhece a atuação de ativistas, pesquisadores e entidades que se destacam na promoção dos direitos humanos e da cidadania da população LGBTI+ no Estado.
Indicada na categoria pesquisadores, Silvana foi homenageada ao lado de nomes como Regina Facchini (Unicamp), Renan Quinalha (Unifesp) e Leonardo Lemos de Souza (Unesp). Com quase duas décadas dedicadas a pesquisas sobre gênero, sexualidade e movimento trans, a professora é referência na área, especialmente no campo da Antropologia.
“Foi uma honra ser indicada. Esse prêmio não é só meu, é da comunidade LGBT, dos meus orientandos, orientandas e orientandes”, afirmou Silvana, que também dedicou a homenagem a dois nomes fundamentais em sua trajetória: Fernanda Benvenutty, ativista travesti, e Luciano Bezerra, ativista gay da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “Esse prêmio também é deles”, completou.
Silvana destacou a importância da consolidação do campo de estudos de gênero e sexualidade no Brasil, ao mesmo tempo em que apontou os desafios enfrentados “É uma área enorme, que cresceu muito nas últimas décadas, mas que também tem sido alvo de políticas anti-gênero e de censura por parte de setores conservadores”.
Apesar das resistências, a pesquisadora enxerga avanços significativos: “Temos uma produção crescente, com pesquisadores desde os anos 1980 atuando em diversas áreas, e o interesse dos estudantes é enorme. É um tema que dialoga com as questões mais urgentes do nosso mundo contemporâneo”.
Para Silvana, o reconhecimento fortalece ainda mais sua atuação acadêmica e política: “Esse prêmio me motiva a continuar. Ele reconhece não só o meu trabalho, mas o de toda uma comunidade que resiste, que pesquisa, que luta e que constrói cotidianamente políticas para uma sociedade mais justa, igualitária e diversa”.
O prêmio leva o nome de Janaína Lima, ativista histórica na defesa dos direitos LGBTI+, com atuação marcante no Centro de Referência e Defesa da Diversidade Brunna Valin, no Programa Transcidadania e na Rede Trans Brasil.
