FFLCH sedia o primeiro Congresso Internacional sobre Deficiência na USP

Evento reuniu pesquisadores, militantes e instituições para debater inclusão, acessibilidade e o reconhecimento da diversidade como essência da experiência humana
Por
Juliana Morais e Maria Fernanda Friano
Data de Publicação
Editoria
.
Imagem: Maria Fernanda Friano / Serviço de Comunicação Social 

Na semana de 21 a 24 de outubro foi realizado no prédio de Geografia e História o primeiro Congresso Internacional sobre Deficiência na USP. O congresso tinha como tema principal Diversidade, Direitos e Corpos: Participação Social e Barreiras no Mundo Contemporâneo. Durante os quatro dias de evento foram realizadas diversas mesas redondas, rodas de conversa, conferências e exposições sobre as vivências de pessoas com deficiência na sociedade.

Promovido pelo Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerância e Conflitos (Diversitas) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, em parceria com o Laboratório de Estudos em Reabilitação e Tecnologias Assistidas (Reata) da USP, o congresso reuniu mais de 3 mil participantes online e 600 presencialmente, num encontro marcado pelo compromisso ético, político e acadêmico de reconhecer o valor da presença de pessoas com deficiência na sociedade e na Universidade. 

A professora Miriam Debieux Rosa, do Instituto de Psicologia da USP, destacou que “é urgente reafirmar que a diversidade é condição da humanidade. As pessoas com deficiência, com seus modos de existir, nos convidam a repensar o que é autonomia, corpo e resistência, mostrando que as formas de viver, aprender e criar desafiam as barreiras físicas, comunicacionais e simbólicas impostas pela sociedade, viver, aprender e criar desafiando as barreiras físicas, comunicacionais e simbólicas impostas pela sociedade”.
 

.
Imagem: Maria Fernanda Friano / Serviço de Comunicação Social

O congresso contou com apoio de diversas instâncias da USP, instituições públicas, ONGs, profissionais e pesquisadores de todo Brasil, reunindo pessoas de diferentes áreas para debater o tema. Com mais de 30 atividades na programação acontecendo simultaneamente, várias discussões foram levantadas como o capacitismo, eugenia, violência, desigualdades e o acesso à cultura e lazer para pessoas com deficiência. Todas as mesas tiveram a presença de uma pessoa com deficiência para mediar as conversas e contaram com intérpretes de libras para garantir a representatividade e acessibilidade das apresentações.

Além dos programas com fins pedagógicos e destinados à reflexão, o congresso também recebeu atrações artísticas e culturais durante a sua realização. Na terça-feira após a conferência de abertura, os participantes puderam assistir a uma apresentação da Banda Musical do Lar das Moças Cegas. O Lar das Moças Cegas é uma instituição sem fins lucrativos que atende gratuitamente cerca de 400 pessoas cegas e com baixa visão. O evento foi um espaço de apoio a instituições que prestam assistência à causa das pessoas com deficiência.
 

.
Imagem: Maria Fernanda Friano / Serviço de Comunicação Social

O Congresso concluiu suas atividades reafirmando o papel da Universidade como espaço de produção de conhecimento comprometida com a equidade e a participação social, fortalecendo o diálogo entre Universidade, sociedade e políticas públicas voltadas à garantia de direitos e à valorização da diversidade humana. Para os organizadores, o evento abriu caminho para que as discussões avancem de forma permanente. “O congresso foi um sucesso enorme, superou todas as nossas expectativas”, concluiu Eucenir Fredini Rocha, da Faculdade de Medicina da USP.