No dia 7 de novembro, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP recebeu a cerimônia de premiação do Primeiro Concurso de Escrita Criativa (ConTextar), iniciativa voltada a fomentar a produção textual e a expressão artística da comunidade acadêmica. O evento reuniu estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores, técnicos, docentes e funcionários em torno de um mesmo tema: as mudanças climáticas.
A proposta do concurso, segundo seus organizadores, foi incentivar a circulação de diferentes gêneros literários como contos, ensaios e poesias, reconhecendo o potencial criativo da Faculdade. Ao todo, foram 97 trabalhos inscritos, sendo a maior parte composta por textos poéticos. O evento foi organizado pelos professores Fernanda Lima e Silva do Departamento de Ciência Política, Mário Tommaso do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas e Wagner Costa Ribeiro do Departamento de Geografia Humana, em conjunto com a Comissão de Cultura e Extensão da Faculdade.
Pluralidade e diálogo interdisciplinar
De acordo com o professor Wagner Costa Ribeiro, a escolha do tema teve como objetivo provocar reflexões amplas sobre a crise climática para além da ciência, envolvendo perspectivas literárias e sociais.
“Recebemos seis ensaios – dois de graduação e quatro de pós-graduação – todos tratando de forma muito reflexiva as dimensões das mudanças climáticas. A qualidade dos textos foi impressionante. Nosso desejo agora é publicar um livro, inicialmente virtual, reunindo todos os trabalhos selecionados”, explicou o docente.
A professora Fernanda Lima e Silva, responsável pela avaliação dos contos, destacou o caráter formativo e transformador da iniciativa: “Os textos abordaram temas socialmente muito importantes. Foi surpreendente ver como cada participante traduziu as mudanças climáticas a partir de experiências diversas. Isso mostra o potencial da FFLCH como um espaço de criação e reflexão crítica”.
Já o professor Mário Tommaso, responsável pela banca de poesia, ressaltou o papel histórico da FFLCH na formação de escritores e pensadores brasileiros e a importância de retomar o estímulo à escrita criativa dentro da universidade. “Há muito tempo havia essa demanda, tanto entre discentes quanto docentes. Nossa faculdade sempre foi uma matriz de intelectuais, ensaístas e artistas. O prêmio vem reconhecer esse lugar de potência criativa e estimular novas produções”, afirmou.
“As bancas foram pensadas para garantir pluralidade de áreas, gêneros, e origens institucionais, criando um diálogo rico e democrático. Um tema bem construído é aquele que se sustenta literariamente. E o resultado revelou uma pluralidade de vozes, de lugares sociais e de olhares sobre o mesmo tema”.
Reconhecimento e continuidade
Durante a cerimônia, o primeiro colocado de cada categoria recebeu um livro, seguido da entrega de certificados aos demais participantes. A professora e vice-diretora Silvana Nascimento ressaltou o caráter integrador do concurso e a importância de iniciativas que conectam arte, conhecimento e engajamento social.
Encerrando o evento, o professor Wagner destacou a expectativa de continuidade do projeto e o interesse em novas temáticas para as próximas edições: “Temos muitos temas possíveis como inclusão, diversidade, cidadania, democracia, soberania”.
O ConTextar se consolidou como um espaço de criação e debate sobre temas contemporâneos. Ao reunir produções de diferentes gêneros e autores, o concurso demonstrou a força da escrita como ferramenta de expressão e de construção de conhecimento.