Falecimento: Professor Mario de Biasi

Por
Redação
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O querido Professor Mário de Biasi faleceu ontem, 25/01/22, aos 85 anos. 

Grande tristeza no Departamento de Geografia. Pesar ampliado pela circunstância do luto: a pandemia dificulta acompanhar o rito de passagem. Melancolia nos aniversários da cidade de São Paulo e da criação da USP.

Sua participação no curso de Geografia/USP remonta à década de 1960. Formado em Geografia em 1962, ingressou no quadro docente em 1964 e defendeu tese de doutorado em 1972, sob orientação do Professor André Libault. 

Era a referência de Cartografia Sistemática da unidade. Dentre suas contribuições, destacam-se a discussão sobre as cartas de declividade/clinográfica e a formação de alunos. Orientou 14 mestrados e 14 doutorados e participou de 63 bancas de mestrado e 51 de doutorado. Usamos, até hoje, a proposta de caderno de exercícios elaborada por ele na disciplina de Elementos de Cartografia Sistemática.

Viveu conforme suas convicções. Seu conhecimento sobre mapas e levantamentos topográficos era muito grande. Modesto, se considerava um professor de cartografia analógica, mas sempre incentivou incorporar a produção, atualização e disseminação dos mapas e cartas topográficas digitais. Creio, no entanto, que sabia que o meio nunca seria mais importante do que o seu objeto.

Minhas lembranças do Professor de Biasi na graduação, na pós-graduação e como colega de departamento são ótimas. Era sempre atencioso e solícito, ainda que exigente. Pragmático e sistemático, tal como sua disciplina da graduação. Era são-paulino convicto e possuía uma memória inigualável. Lembrava de tudo: características, datas e sobrenomes. Recebíamos, professores e funcionários, gentis ligações telefônicas nos nossos aniversários. 

E foi essa marcante característica pessoal do professor de Biasi que acabou por me reconfortar. Por associação, lembrei da frase do sociólogo Herbert de Souza (Betinho): “Quem fica na memória de alguém não morre”.

Alfredo Pereira de Queiroz Filho