Político foi protagonista na Revolução Cubana de 1959
A Revolução Cubana foi um movimento armado que levou à queda do ditador Fulgencio Batista em 1959. Com ideal anticapitalista, a revolução desencadeou conquistas nas áreas de saúde e educação, além de reformas nos meios de produção e nacionalização dos bancos. Todas essas mudanças estão centradas na figura de Fidel Castro, político que governou Cuba até 2008 e foi interpretado por alguns como líder revolucionário e por outros como ditador.
José Rodrigues Máo Junior, doutor pelo Departamento de História da FFLCH USP, diz que, em sua opinião, a visão de ditador foi dada pela imprensa estadunidense, motivada por interesses econômicos. "A designação oficial do cargo que Fidel Castro Ruz exerceu entre os anos de 1976 e 2008 era o de Presidente do Conselho de Estado da República de Cuba. Entretanto a imprensa estadunidense sempre insistiu em utilizar o termo 'ditador' para designá-lo."
Segundo o pesquisador, os EUA desenvolveu durante décadas uma política hostil contra a República de Cuba: "Bloqueio Econômico, tentativa de invasão (desembarque em 'Playa Girón', em 1961), ameaça de extermínio nuclear ('Crise dos Mísseis', em 1962). Somente até 2001 a Central Intelligence Agency (CIA) reconhece ter planejado 638 planos de atentado contra a vida de Fidel Castro".
O grande trunfo de Fidel Castro, de acordo com Máo, foi elevar o patamar de vida do povo cubano e eliminar o latifúndio com as Leis de Reforma Agrária. Antes da revolução, em 1959, o país viveu sob governos oligárquicos que expulsaram camponeses de suas terras e transferiram a maior parte da propriedade fundiária para os norte-americanos. "A revolução de 1959 eliminou o latifúndio em Cuba através das Leis de Reforma Agrária. Sob a liderança de Fidel Castro, o povo cubano foi subitamente elevado à condição de cidadão e tornou-se soberano de seu próprio país", explica.
O pesquisador enxerga que os ideais que inspiraram a revolução feita em Cuba ainda tem relevância nos dias de hoje, principalmente pela “onda conservadora” em que os países latino-americanos vivem atualmente.
José Rodrigues Máo Junior defendeu a tese de doutorado A revolução cubana e a questão nacional (1868-1963).