A Carta de Pero Vaz de Caminha é a certidão de nascimento do nosso país

O Livro mostra que a Carta além de legitimar a posse da terra é também nosso marco literário

Por
Nilda Pais
Data de Publicação
Editoria

Um leitor contemporâneo poderia perguntar por que ler A Carta de Pero Vaz de Caminha, um texto manuscrito com mais de quinhentos anos, produzido, na época, não para ser impresso e divulgado, mas sim para informar ao rei de Portugal sobre o achamento de uma nova terra, batizada como Ilha da Vera Cruz e a que hoje chamamos Brasil. 
Foi lançado recentemente a nova edição da Carta de Pero Vaz de Caminha (Ateliê Editorial, 120 páginas), de Marcelo Módolo, professor de Filologia e Língua Portuguesa do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e Maria de Fátima Nunes Madeira, mestre em Filologia e Língua Portuguesa pela FFLCH. 
Nós responderíamos a esse leitor que, entre as muitas razões que temos hoje para ler a Carta, está o fato de ela ser o primeiro registro em português lavrado em terras que seriam, futuramente, brasileiras. Mas há mais. A descrição que Pero Vaz de Caminha faz da terra, dos habitantes, da fauna e da flora locais reporta-nos nitidamente ao tempo e ao lugar da narrativa. Percorremos o texto com prazer e interesse, o que poderia surpreender, por tratar-se de um documento oficial. Além disso, uma leitura atenta da Carta revela-nos uma obra fundamental para a compreensão dos costumes e da língua escrita na época da chegada dos portugueses a uma terra que desconheciam. Esta edição, em especial, apresenta duas versões da Carta, uma modernizada e outra semidiplomática. A versão modernizada permite conhecer o texto sem as dificuldades linguísticas do português da época, seja por atualizar a forma, seja por recorrer a notas explicativas. A versão semidiplomática permite ler, em tipo impresso, uma transcrição que reproduz muito de perto as características gráficas e linguísticas do manuscrito. [Silvio Toledo de Almeida Neto]


Autores:
Maria de Fátima Nunes Madeira é mestre em Filologia e Língua Portuguesa, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas  (FFLCH) da USP e pesquisadora em estudos relacionados à Filologia, Codicologia, Paleografia, Diplomática e História da Língua Portuguesa.


Marcelo Módolo, atualmente é professor de Filologia e Língua Portuguesa no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.


O livro pode ser adquirido no site da Ateliê Editorial
Com informações da Ateliê Editorial