Silvana de Souza Nascimento, do Departamento de Antropologia, traça um panorama histórico sobre este campo de estudo e mostra como ele tem crescido ao longo dos anos
O Dia Nacional da Visibilidade Trans é celebrado em 29 de janeiro, desde 2004, quando ativistas trans, travestis, transexuais e transgêneros realizaram a primeira campanha nacional contra transfobia.
Chamada “Travesti e Respeito”, a ação foi organizada pela ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) com o objetivo de conscientizar educadores e profissionais de saúde, além de visibilizar as pautas da população trans e promover o respeito.
Desde então, o dia 29 de janeiro tornou-se símbolo da luta por direitos trans e denúncia contra a transfobia. As pesquisas sobre esta área também aumentaram de forma significativa desde então e quem pode falar disso é Silvana de Souza Nascimento, docente do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Elu possui mestrado e doutorado em Antropologia pela USP e foi professore na Universidade Federal da Paraíba. No período em que lecionou no litoral norte da Paraíba, Silvana se aproximou de movimentos LGBT e publicou livros e pesquisas sobre a temática travesti. É co-autore de publicações como Primas: Retratos da Prostituição Feminina na Paraíba e Fernanda Benvenutty: uma política travesti.
Atualmente, é vice-diretore da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sendo a primeira pessoa não binária e negra a assumir o cargo. E, também, co-coordena o projeto de pesquisa e extensão Corpas Trans na USP, com a professora Gabriela Weber. Atua na área de Antropologia Urbana e Marcadores Sociais da Diferença, especialmente temas voltados para transgeneridades, corpo, gênero, espaço e interseccionalidades.